25/07/2014 11h31
Segundo secretário geral no país, desvio foi de cerca de R$ 17 milhões.
Vítimas da fome na Somália e terremoto no Japão também foram afetadas.
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Em entrevista à GloboNews,
o secretário geral nacional da Cruz Vermelha brasileira, o coronel
Paulo Roberto Costa e Silva, informou que o total desviado foi de
aproximadamente R$ 17 milhões. O dinheiro teria ido parar na conta de uma ONG no Maranhão, o Instituto Interamericano de Desenvolvimento Humano – conhecido como Humanos. A organização era presidida pela mãe do ex-vice-presidente da Cruz Vermelha no Brasil, Anderson Marcelo Choucino.
"Nós temos constatações pela auditoria que em torno de R$ 17 milhões saíram de doações e não chegaram ao seu destino”, explicou o coronel (veja na reportagem acima).
De acordo com o secretário, o relatório, que demorou um ano para ser concluído, será levado nesta sexta-feira (25) às autoridades brasileiras. “Tão logo que tomamos conhecimento da denúncia que ocorreu em meados de 2012, nós solicitamos uma auditoria internacional independente em toda a Cruz Vermelha brasileira.
A auditoria se desenvolveu durante todo o ano de 2013. As denúncias apresentadas pela mídia naquela oportunidade foram quase todas confirmadas por esta auditoria”, explicou.
De acordo com Paulo Roberto, já houve uma representação preliminar do desvio.
‘Agora, substanciados com o resultado da auditoria, nós vamos à procuradoria da Justiça, vamos tomar medidas judiciais e policiais cabíveis”, afirmou o coronel, informando ainda que o Ministério Público estava investigando a questão há mais de um ano.
“O que a gente está pedindo é que este dinheiro que saiu da Cruz Vermelha e foi para este instituto, ou ele seja devolvido, ou que seja prestado contas para onde foi, porque não chegou ao seu destino”, afirmou o secretário.
Risco de suspensão de atividades
Pedro Paulo afirmou que o comitê pode desde advertir ou até recomendar a suspensão das atividades da Cruz Vermelha em território brasileiro.
“Sem dúvida seria muito traumático para todos nós”, disse, informando que todas as pessoas envolvidas no desvio foram afastadas. "Nós fazemos parte de um movimento humanitário de ajuda humanitária internacional que hoje reúne 189 nações em todo o mundo. Essa marca é muito forte e uma imagem que arranha a credibilidade do movimento nos atinge diretamente. Nós estamos sendo acompanhados de perto pelo Comitê de Mediação e Comprimento, que é um órgão da Federação Internacional encarregado de verificar os procedimentos e as condutas da Cruz Vermelha.”
Estrago provocado pela chuva em Nova Friburgo, em 2011
O dinheiro desviado seria usado para ajudar vítimas de tragédias de 2011. A chuva na Região Serrana do Rio, em janeiro, provocou a morte de quase mil pessoas em sete municípios afetados, e é considerada o maior desastre climática da história país. Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis foram as áreas mais atingidas com deslizamentos de terra e inundações.
De acordo com especialistas, houve falta de controle e planejamento no crescimento das cidades. Segundo dados das prefeituras e da Defesa Civil na época, Teresópolis teve 9 mil desalojados e 6 mil desabrigados; Petrópolis (incluindo Itaipava) somou 6 mil desalojados e 191 desabrigados; e Nova Friburgo contabilizou 3 mil desalojados e 2 mil desabrigados.
Em março, o Japão foi atingido pelo mais forte terremoto da sua história. O desastre deixou 19 mil vítimas. No mesmo ano, uma seca atípica no chifre da África provocou uma crise alimentar na região.
Mulher cuidando de filhos desnutridos em Dadaab, na Somália, em 2011
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