25/07/2014 12h57
Previsão para o resultado negativo de 2014 é de US$ 80 bilhões, diz BC.
Investimentos diretos somaram US$ 29,2 bilhões no primeiro semestre.
O déficit em transações correntes, um dos principais indicadores das
contas externas brasileiras, somou US$ 43,3 bilhões no primeiro semestre
deste ano, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (25) pelo
Banco Central.
As transações correntes fazem parte de uma conta maior, o chamado balanço de pagamentos (a "poupança do país"), e são formadas pela balança comercial, que registra as importações e exportações, pelo serviços e também pelas rendas, como as remessas de dinheiro ao exterior.
Para todo este ano, a expectativa do Banco Central é de um resultado negativo de US$ 80 bilhões para a conta de transações correntes – o equivalente a 3,47% do PIB. Se confirmado este resultado, haverá uma pequena melhora em relação ao déficit de US$ 81,07 bilhões registrado em todo ano passado – o maior da série histórica da instituição para um ano fechado.
Componentes das contas externas
No acumulado do primeiro semestre deste ano, as rendas, que incluem as remessas ao exterior, registraram um déficit de US$ 18,93 bilhões, contra um valor negativo de US$ 19,77 bilhões no mesmo período de 2013.
As remessas de lucros e dividendos, por sua vez, somaram US$ 12,96 bilhões na parcial de 2014, contra US$ 14,1 bilhões no mesmo período do ano passado. Para todo este ano, a estimativa do BC para a conta de "rendas" é de um déficit de US$ 39,9 bilhões.
De janeiro a junho de 2014, ainda segundo informações do Banco Central, a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 2,49 bilhões, contra um resultado negativo de US$ 3,07 bilhões em igual período do ano passado. Para este ano, a previsão da autoridade monetária é de um superávit (exportações menos importações) de US$ 5 bilhões para 2014.
A conta de serviços, por sua vez, que engloba os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 22,58 bilhões nos seis primeiros meses de 2014, contra um resultado negativo também de US$ 21,87 bilhões no mesmo período do ano passado. Para todo este ano, o BC prevê um resultado negativo de US$ 47,6 bilhões para a conta de serviços.
Investimentos estrangeiros
O BC informou que os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 29,26 bilhões no primeiro semestre deste ano, contra US$ 29,98 bilhões nos seis primeiros meses de 2013. A previsão da instituição, para todo este ano, é de uma entrada de US$ 63 bilhões em investimentos estrangeiros no país em 2014.
Com isso, o resultado negativo da conta corrente, nos seis primeiros meses deste ano, não foi, novamente, "financiado" em sua totalidade pela entrada de investimentos produtivos na economia brasileira – algo que já aconteceu em 2013 e que, antes disso, não ocorria desde 2001.
Financiamento do déficit externo
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Economistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB e menor disponibilidade de recursos nos mercados (com a sinalização do fim das medidas de estímulo nos Estados Unidos), a atratividade da economia brasileira também é menor, o que pode significar um pouco mais de dificuldade no financiamento do déficit das contas externas.
O governo tem lembrado, entretanto, que as reservas internacionais brasileiras, acima de US$ 380 bilhões, conferem tranquilidade na administração das contas externas brasileiras.
saiba mais
Sobre o período de janeiro a junho do ano passado, quando o resultado
negativo da conta de transações correntes somou US$ 43,18 bilhões, houve
um aumento de 0,3%. Com isso, o déficit bateu novo recorde histórico
para os seis primeiros meses de um ano. A série histórica da autoridade
monetária para o setor externo tem início em 1947.As transações correntes fazem parte de uma conta maior, o chamado balanço de pagamentos (a "poupança do país"), e são formadas pela balança comercial, que registra as importações e exportações, pelo serviços e também pelas rendas, como as remessas de dinheiro ao exterior.
Para todo este ano, a expectativa do Banco Central é de um resultado negativo de US$ 80 bilhões para a conta de transações correntes – o equivalente a 3,47% do PIB. Se confirmado este resultado, haverá uma pequena melhora em relação ao déficit de US$ 81,07 bilhões registrado em todo ano passado – o maior da série histórica da instituição para um ano fechado.
Componentes das contas externas
No acumulado do primeiro semestre deste ano, as rendas, que incluem as remessas ao exterior, registraram um déficit de US$ 18,93 bilhões, contra um valor negativo de US$ 19,77 bilhões no mesmo período de 2013.
As remessas de lucros e dividendos, por sua vez, somaram US$ 12,96 bilhões na parcial de 2014, contra US$ 14,1 bilhões no mesmo período do ano passado. Para todo este ano, a estimativa do BC para a conta de "rendas" é de um déficit de US$ 39,9 bilhões.
De janeiro a junho de 2014, ainda segundo informações do Banco Central, a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 2,49 bilhões, contra um resultado negativo de US$ 3,07 bilhões em igual período do ano passado. Para este ano, a previsão da autoridade monetária é de um superávit (exportações menos importações) de US$ 5 bilhões para 2014.
A conta de serviços, por sua vez, que engloba os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 22,58 bilhões nos seis primeiros meses de 2014, contra um resultado negativo também de US$ 21,87 bilhões no mesmo período do ano passado. Para todo este ano, o BC prevê um resultado negativo de US$ 47,6 bilhões para a conta de serviços.
Investimentos estrangeiros
O BC informou que os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 29,26 bilhões no primeiro semestre deste ano, contra US$ 29,98 bilhões nos seis primeiros meses de 2013. A previsão da instituição, para todo este ano, é de uma entrada de US$ 63 bilhões em investimentos estrangeiros no país em 2014.
Com isso, o resultado negativo da conta corrente, nos seis primeiros meses deste ano, não foi, novamente, "financiado" em sua totalidade pela entrada de investimentos produtivos na economia brasileira – algo que já aconteceu em 2013 e que, antes disso, não ocorria desde 2001.
Financiamento do déficit externo
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Economistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB e menor disponibilidade de recursos nos mercados (com a sinalização do fim das medidas de estímulo nos Estados Unidos), a atratividade da economia brasileira também é menor, o que pode significar um pouco mais de dificuldade no financiamento do déficit das contas externas.
O governo tem lembrado, entretanto, que as reservas internacionais brasileiras, acima de US$ 380 bilhões, conferem tranquilidade na administração das contas externas brasileiras.
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