O PMDB do Rio ofereceu um jantar
para Dilma.
Mas o governador Pezão, candidato à reeleição pelo PMDB está formalmente coligado no Rio ao PSDB de Aécio.
O PT fluminense ficou irritado com a presença da petista Dilma no repasto do PMDB.
Mas o senador Lindberg, candidato petista ao governo estadual, carrega em sua coligação o PSB de Eduardo Campos. Que já foi aliado de Dilma, mas hoje é um dos mais ácidos críticos da presidência dela.
Você está entendendo?
Façamos mais uma tentativa. PMDB e PT eram aliados no Rio, certo? Nos dois mandatos do peemedebista Cabral, os petistas ocuparam pedaços da máquina estadual.
Presidente, Lula abriu as arcas federais para Cabral. Dilma manteve o padrão. De repente, Cabral caiu em desgraça. Lançou Pezão e se recolheu. Autorizado por Lula, o PT rompeu a aliança e apostou em Lindberg. No entanto, em Brasília, PT e PMDB continuam juntinhos na chapa Dilma-Temer.
Ficou mais claro?
Tentemos outra vez.
No jantar com o PMDB, Dilma afirmou ter descoberto em Pezão “uma grande humanidade.” E Pezão declarou que Dilma foi a “maior amizade” que ele já fez na política: “Nada nos separa”. Mas o PT federal informa: Dilma terá quatro pés no Rio. Um no palanque de Pezão. Outro no de Lindberg. Um no de Garotinho (PR). Outro no de Crivella (PRB). Em resposta, o PMDB dá asas ao híbrido Aezão. E Lindberg diz preferir a companhia de Lula à de Dilma.
Entendeu?
Calma, não se desespere. Se você não compreendeu, tranquilize-se. O problema está no modelo político brasileiro, não na sua capacidade intelectual. A isso foi reduzida a chamada política de alianças: a incoerência janta com a ilógica, o pragmatismo abraça a conveniência e a desfaçatez vai para a cama com o oportunismo. Tudo isso sob atmosfera de densa obscuridade.
A dificuldade de enxergar luz no fim do túnel se repete em todos os Estados. A diferença é que, no Rio, o processo tornou-se tão anárquico que já não se vê nem o túnel.
Arquirival do PMDB, Cesar Maia, do DEM, um aliado de Aécio, disputa o Senado na chapa de Pezão. Porém, quem discursou no jantar oferecido pelos peemedebistas a Dilma foi Carlos Lupi, que concorre à vaga de senador pelo PDT.
Varrido da pasta do Trabalho por Dilma, em 2011, Lupi recobriu de elogios a presidente que o escorraçou da Esplanada. E a ex-faxineira: Lupi tem “um coração bom”, é “um homem de bem.” Na chapa do petista Lindberg, o postulante ao Senado é Romário, correligionário de Eduardo Campos. Que já foi ministro de Lula e hoje se dedica a espinafrar Dilma.
Cavalgando o socialismo de resultados do seu PSB, Campos se autoproclama uma alternativa “progressista” ao “retrocesso” protagonizado por Dilma e à mudança “conservadora” representada por Aécio. Simultaneamente, Campos tortura sua vice Marina Silva e a lógica aliando-se ao PT no Rio e ao PSDB em São Paulo e no Paraná. A fuzarca seria motivo de risos se não tivesse um efeito devastador.
Os políticos espantaram-se quando a rapaziada vetou a presença de bandeiras partidárias nos protestos que ganharam as ruas em junho de 2013. Alarmaram-se quando as pesquisas revelaram os altos índices de eleitores dispostos a anular o voto ou votar em branco. Num coro puxado por Lula, líderes partidários passaram a defender a atividade política. Hoje, pedem maior engajamento do eleitorado.
Como pode a plateia pode engajar-se num processo que não entende?, eis a questão.
Mas o governador Pezão, candidato à reeleição pelo PMDB está formalmente coligado no Rio ao PSDB de Aécio.
O PT fluminense ficou irritado com a presença da petista Dilma no repasto do PMDB.
Mas o senador Lindberg, candidato petista ao governo estadual, carrega em sua coligação o PSB de Eduardo Campos. Que já foi aliado de Dilma, mas hoje é um dos mais ácidos críticos da presidência dela.
Você está entendendo?
Façamos mais uma tentativa. PMDB e PT eram aliados no Rio, certo? Nos dois mandatos do peemedebista Cabral, os petistas ocuparam pedaços da máquina estadual.
Presidente, Lula abriu as arcas federais para Cabral. Dilma manteve o padrão. De repente, Cabral caiu em desgraça. Lançou Pezão e se recolheu. Autorizado por Lula, o PT rompeu a aliança e apostou em Lindberg. No entanto, em Brasília, PT e PMDB continuam juntinhos na chapa Dilma-Temer.
Ficou mais claro?
Tentemos outra vez.
No jantar com o PMDB, Dilma afirmou ter descoberto em Pezão “uma grande humanidade.” E Pezão declarou que Dilma foi a “maior amizade” que ele já fez na política: “Nada nos separa”. Mas o PT federal informa: Dilma terá quatro pés no Rio. Um no palanque de Pezão. Outro no de Lindberg. Um no de Garotinho (PR). Outro no de Crivella (PRB). Em resposta, o PMDB dá asas ao híbrido Aezão. E Lindberg diz preferir a companhia de Lula à de Dilma.
Entendeu?
Calma, não se desespere. Se você não compreendeu, tranquilize-se. O problema está no modelo político brasileiro, não na sua capacidade intelectual. A isso foi reduzida a chamada política de alianças: a incoerência janta com a ilógica, o pragmatismo abraça a conveniência e a desfaçatez vai para a cama com o oportunismo. Tudo isso sob atmosfera de densa obscuridade.
A dificuldade de enxergar luz no fim do túnel se repete em todos os Estados. A diferença é que, no Rio, o processo tornou-se tão anárquico que já não se vê nem o túnel.
Arquirival do PMDB, Cesar Maia, do DEM, um aliado de Aécio, disputa o Senado na chapa de Pezão. Porém, quem discursou no jantar oferecido pelos peemedebistas a Dilma foi Carlos Lupi, que concorre à vaga de senador pelo PDT.
Varrido da pasta do Trabalho por Dilma, em 2011, Lupi recobriu de elogios a presidente que o escorraçou da Esplanada. E a ex-faxineira: Lupi tem “um coração bom”, é “um homem de bem.” Na chapa do petista Lindberg, o postulante ao Senado é Romário, correligionário de Eduardo Campos. Que já foi ministro de Lula e hoje se dedica a espinafrar Dilma.
Cavalgando o socialismo de resultados do seu PSB, Campos se autoproclama uma alternativa “progressista” ao “retrocesso” protagonizado por Dilma e à mudança “conservadora” representada por Aécio. Simultaneamente, Campos tortura sua vice Marina Silva e a lógica aliando-se ao PT no Rio e ao PSDB em São Paulo e no Paraná. A fuzarca seria motivo de risos se não tivesse um efeito devastador.
Os políticos espantaram-se quando a rapaziada vetou a presença de bandeiras partidárias nos protestos que ganharam as ruas em junho de 2013. Alarmaram-se quando as pesquisas revelaram os altos índices de eleitores dispostos a anular o voto ou votar em branco. Num coro puxado por Lula, líderes partidários passaram a defender a atividade política. Hoje, pedem maior engajamento do eleitorado.
Como pode a plateia pode engajar-se num processo que não entende?, eis a questão.
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