Ele usa medicamento que poderia oferecer risco, diz assessoria da filha.
Ex-governador é doente renal crônico e está na fila do transplante há um ano.
Ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz
Os médicos que acompanham o ex-governador Joaquim Roriz cancelaram o transplante de rim previsto para a noite desta quarta-feira (23) por causa do uso de um medicamento que poderia oferecer riscos ao paciente. A informação foi confirmada pela assessoria de Liliane Roriz, filha do ex-governador.
Segundo a assessoria de Liliane, Joaquim Roriz vai continuar internado no Hospital do Rim e Hipertensão pelo menos até a manhã desta quinta-feira (24), quando os médicos vão avaliar o quadro clínico do paciente.
O ex-governador embarcou para São Paulo na tarde desta quarta-feira (22) depois do surgimento de um rim compatível. Diabético e doente renal crônico, ele tem 77 anos e está na fila para o transplante há mais de um ano.
saiba mais
Uma das possibilidades é que Joaquim Roriz receba o órgão da deputada
federal Jaqueline Roriz (PMN), filha dele, que foi internada na
terça-feira (22) no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para testes de
compatibilidade.Há duas semanas, a deputada realizou um exame que confirmou a compatibilidade. Em entrevista ao site “São Paulo nas Entrelinhas”, ela se disse feliz com o resultado dos testes.
“Estou muito feliz em ter recebido o resultado positivo do Hemocentro autorizando a cirurgia. Trata-se de uma instituição que é referência em Brasília e em todo o país. Vou doar com muita satisfação um de meus rins para o meu pai, Joaquim Roriz. A alegria é muito grande, pois, deu 100% de compatibilidade e tudo indica que o transplante será feito no dia 6 de agosto, data já marcada pelas duas equipes cirúrgicas”, declarou.
Nefrologista do Hospital Santa Lúcia, Elber Rocha disse que a cirurgia é indicada a pacientes que tenham uma disfunção renal grave, com comprometimento significativo dos dois rins. Segundo ele, diabetes é a causa mais comum de doenças renais crônicas no país, seguida por hipertensão.
O especialista afirma que a literatura médica mostra que doadores costumam ter uma vida semelhante à de quem vive com os dois rins e que por isso o transplante entre pessoas vivas é uma prática comum. “Recentemente, um artigo questionou isso. É algo muito novo, foi publicado há menos de um mês. O artigo demonstra que poderia haver um risco um pouco maior, de a longo prazo precisar de diálise, mas isso ainda é recente. O que se vê até hoje é que não há grandes implicações para quem doa”, explica.
Já em relação aos receptores, aumenta-se os riscos de desenvolver infecções e de doenças cardiovasculares. “Os imunossupressores [usados para inibir a rejeição do corpo ao órgão] diminuem a atividade do sistema imunológico”, disse.
“Esse paciente vai precisar de acompanhamento com equipe multidisciplinar. O transplante de órgão sólido não é a cura de uma doença. É um outro tratamento. Passa-se se a ideia de que o transplante é a salvação da lavoura, que vai resolver a vida daquele indivíduo, só que na verdade a coisa não é tão simples assim. A qualidade de vida de um transplantado é melhor do que a de um que faz diálise, mas é preciso continuar fazendo tratamento”, completou o médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário