Em julho do ano passado, na
euforia com a conquista da Copa das Confederações, com vitória exuberante sobre
a campeã mundial Espanha, Dilma grudou sua imagem a do técnico da Seleção.
"Meu governo é padrão Felipão", rotulou, numa resposta aos
manifestantes que pediam serviços públicos "padrão Fifa".
O desafio para o marqueteiro da presidente agora é fazer a
separação de imagens. Segundo análise do Valor Econômico, a entrevista à CNN,
que foi ao ar ontem, indica três respostas de Dilma para se desgarrar da
seleção, à qual continuou a se vincular ao longo da Copa do Mundo.
A primeira é responsabilizar,
ainda que indiretamente, Luiz Felipe Scolari, juntando-se às críticas dos
torcedores/eleitores. Ontem, na entrevista, ela disse que “faltou treinamento”.
A segunda é minimizar o
descontentamento da população - seja ao reconhecer a qualidade do adversário ou
destacar a necessidade de ser um bom perdedor. Neste ponto, Dilma apela para o
tradicional “fair-play” pregado pela Fifa.
A terceira é a proposta de
"renovação" do futebol brasileiro, que deveria impedir a exportação
de craques para que os torcedores encham os estádios. Os petistas já começam a
falar em intervenção na CBF e Aldo Rebelo, ministro comunista do PCdoB, fala
até mesmo em estatização prevista da velha e surrada cartilha do seu partido.
No entanto, é inegável que todos os
argumentos contrariam o discurso oficial de antes da vexatória derrota
contra a
Alemanha. E foge do essencial.
Justificar ao país porque uma Copa que só deu certo em função do
jeitinho
brasileiro, da alegria e hospitalidade do nosso povo, tenha custado R$
30
bilhões, o triplo do que custou a última edição na África do Sul.
Dinheiro que, se bem gerido e sem superfaturamento, poderia ter deixado
um legado que foi prometido e não foi cumprido por Dilma.
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