Médicos ouvidos nesta quinta (10) pela Folha confirmam que Neymar poderia ter ficado paraplégico caso a lesão tivesse sido alguns centímetros mais profunda
Em entrevista na Granja Comary, o atacante disse, emocionado, que poderia ter ficado em uma cadeira de rodas se a lesão tivesse ocorrido "2 centímetros para dentro".
O jogador fraturou o processo transverso (parte lateral) da terceira vértebra lombar, onde já não há mais medula espinhal –principal via de comunicação entre o cérebro e o resto do organismo e que é protegida pela coluna vertebral.
No entanto, perto da terceira vértebra há uma estrutura do sistema nervoso chamada cauda equina, que conecta a medula espinhal aos nervos que ativam os músculos das pernas.
"Apesar de a lesão não ter ocorrido tão perto da medula em si, poderia ter comprometido o movimento das pernas do jogador se tivesse sido mais profunda", afirma João Amadera, médico especialista em coluna do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo.
O ortopedista Rene Abdalla afirma ainda que o dano seria bastante grave se um pedaço da vértebra fraturada tivesse entrado no canal medular.
Outro ortopedista, Rogério Vidal de Lima, diz que um dano mais grave seria possível, mas "muito improvável". "Lesões que causam paraplegia são mais comuns em acidentes automobilísticos, com uma energia muito grande, e não por trauma direto. A cauda equina é até mais resistente que a medula."
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