Felipão é o responsável pela seleção, mas não é o criador do nosso atual
e medíocre estilo de jogar. Ele pensa como os outros técnicos
brasileiros. Criaram um monstro. Não sei quando nem onde isso começou,
se foi de dentro para fora, por causa da visão estreita dos treinadores,
ou se foi de fora para dentro, por causa da ganância pelo lucro, em
detrimento da qualidade do futebol.
Está tudo interligado, um jogo de interesses.
Repito, uma praga nacional. Desaprendemos a jogar coletivamente. Para Felipão e a maioria dos técnicos, trocar passes no meio-campo é frescura, um jogo bonitinho, improdutivo. O futebol brasileiro vive de correria, de estocadas e de jogadas aéreas. Muitas vezes, dá certo. Por motivos óbvios, qualquer técnico da seleção tem uma ótima estatística. Queremos mais que isso. O mundo, que tanto nos admira, também está triste.
Por causa do desprezo pelo meio-campo, não temos um craque neste setor. Se Kroos, Schweinsteiger e outros armadores fossem formados no Brasil, seriam escalados, desde as categorias de base, de meias-ofensivos, para atuar próximos ao gol. Schweinsteiger era um meia habilidoso e criativo que se transformou em um volante, para o time ter mais o domínio do jogo e da bola.
Contra a Alemanha, o Brasil jogou com cinco atrás (quatro defensores mais Luiz Gustavo), quatro na frente (Hulk e Bernard, pelos lados, e Oscar, próximo a Fred) e apenas Fernandinho, em um enorme espaço no meio-campo. Enquanto isso, a Alemanha, com todos os jogadores muito próximos, tinha três no meio-campo, mais Müller e Özil pelos lados, que voltavam para marcar e chegavam na frente. Os cinco atacavam e defendiam. Eram cinco contra um.
Houve, nos últimos tempos, uma proliferação de atacantes velozes, mas com pouca técnica e lucidez. Depois de Ronaldo, só tivemos um especial, Neymar. Os outros são fracos para o nível da seleção.
Há 15 anos, falo sobre isso. Tenho a sensação de que estou sendo repetitivo e que não há nenhuma importância se falo ou não falo disso. Cansei.
Está tudo interligado, um jogo de interesses.
Repito, uma praga nacional. Desaprendemos a jogar coletivamente. Para Felipão e a maioria dos técnicos, trocar passes no meio-campo é frescura, um jogo bonitinho, improdutivo. O futebol brasileiro vive de correria, de estocadas e de jogadas aéreas. Muitas vezes, dá certo. Por motivos óbvios, qualquer técnico da seleção tem uma ótima estatística. Queremos mais que isso. O mundo, que tanto nos admira, também está triste.
Por causa do desprezo pelo meio-campo, não temos um craque neste setor. Se Kroos, Schweinsteiger e outros armadores fossem formados no Brasil, seriam escalados, desde as categorias de base, de meias-ofensivos, para atuar próximos ao gol. Schweinsteiger era um meia habilidoso e criativo que se transformou em um volante, para o time ter mais o domínio do jogo e da bola.
Contra a Alemanha, o Brasil jogou com cinco atrás (quatro defensores mais Luiz Gustavo), quatro na frente (Hulk e Bernard, pelos lados, e Oscar, próximo a Fred) e apenas Fernandinho, em um enorme espaço no meio-campo. Enquanto isso, a Alemanha, com todos os jogadores muito próximos, tinha três no meio-campo, mais Müller e Özil pelos lados, que voltavam para marcar e chegavam na frente. Os cinco atacavam e defendiam. Eram cinco contra um.
Houve, nos últimos tempos, uma proliferação de atacantes velozes, mas com pouca técnica e lucidez. Depois de Ronaldo, só tivemos um especial, Neymar. Os outros são fracos para o nível da seleção.
Há 15 anos, falo sobre isso. Tenho a sensação de que estou sendo repetitivo e que não há nenhuma importância se falo ou não falo disso. Cansei.
Tostão, médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da
Copa do Mundo de 1970. Afastou-se dos campos devido ao agravamento de
um problema de descolamento da retina. Como comentarista esportivo,
colaborou com a TV Bandeirantes e com a ESPN Brasil. Escreve às quartas e
domingos.
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