Candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva disse a interlocutores que vai liderar pessoalmente a aproximação com o PSDB –partido que desprezou e até hostilizou durante a campanha– caso contenha a queda nas pesquisas e consiga chegar ao segundo turno das eleições ao Palácio do Planalto.
Na avaliação de aliados, a candidata, num eventual segundo turno, precisará mostrar que tem capacidade de governar e dialogar com outros partidos, hoje uma de suas fragilidades mais exploradas pelos adversários.
Para integrantes da campanha do PSB, a ex-senadora errou após a morte de Eduardo Campos ao se recusar a conversar com lideranças com as quais seu ex-companheiro de chapa havia costurado acordos, como Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, e Lindbergh Farias (PT), no Rio de Janeiro.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O cansaço cada vez mais visível da candidata e a queda nas intenções de voto nas últimas pesquisas fizeram com que ela ficasse mais arredia com sua equipe, que dá sinais de nervosismo.
Na terça, quando o Datafolha mostrou que a diferença entre Marina e Aécio fora reduzida a cinco pontos percentuais, aliados se aproximavam de jornalistas sem serem perguntados para dizer que, "na hora do voto, muita gente que ia votar em Aécio vai votar em Marina": "Vocês vão ver".
No mesmo dia, Marina insistia que não era necessário fazer uma foto que tinha sido agendada por sua campanha –que deu certo após muitas explicações do fotógrafo e dos assessores –e cancelou uma coletiva alegando ter de poupar a voz.
Saiu sem falar com jornalistas, momento raro em sua campanha até agora.
Rouca, Marina irá descansar até o último embate entre os presidenciáveis, que começa às 22h52 desta quinta (2), na Rede Globo.
Ela foi aconselhada por assessores a questionar Dilma sobre o descontrole das contas públicas, que levou o governo federal a poupar até agora apenas um décimo da meta do ano, e as denúncias envolvendo a Petrobras.
MOBILIZAÇÃO TUCANA
Com o acirramento da disputa pelo segundo lugar na corrida presidencial, Aécio deu ordem para dobrar a mobilização do partido em lugares estratégicos.
Os apoiadores que distribuem material de campanha e as chamadas colinhas vão trabalhar em turno dobrado em São Paulo.
No Nordeste, o tucano pediu empenho especial na Bahia e no Ceará, onde tem palanques regionais fortes.
O candidato vai centrar seus esforços nos últimos três dias em Minas Gerais, seu berço político e segundo maior colégio eleitoral do país.
Ele adotará forte tom emocional. Em Minas, segundo o PSDB, está a chance mais palpável de o tucano conseguir uma vantagem maior sobre as adversárias e tentar virar o jogo que o levaria ao segundo turno.
O crescimento nas pesquisas voltou a empolgar aliados e equipe. Nos últimos dias, a quem perguntou se dará tempo para reverter a vantagem de cinco pontos que Marina tem sobre ele, Aécio foi taxativo: "Já deu".
Nesta quarta (1º), mal colocou os pés em chão firme em São Paulo, ele puxou o coordenador da campanha de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo pelo braço. "Como é que estão os números aqui? Estou crescendo?".
Com respostas afirmativas, partiu para o ataque pouco antes de iniciar a caminhada que marcou sua última agenda no Estado antes do primeiro turno, em Mogi das Cruzes.
"Estou cada vez mais convencido que esse ciclo de governo [PT] está se encerrando. E quem tem as melhores condições de vencer somos nós", afirmou.
"Volto a partir do dia 6 de outubro", prometeu.
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