O GLOBO - 02/10
Igual a esta eleição, só a de 1989, a primeira direta para a Presidência da República depois da redemocratização. Naquela ocasião, Brizola e Lula disputaram palmo a palmo quem iria para o segundo turno contra Collor de Mello, que venceu o primeiro com 28,52% dos votos.
Lula se classificou por menos de um ponto percentual (exato 0,63), teve 16,08% dos votos, e Brizola, que teve 15,45%, morreu certo de que havia sido roubado. O segundo turno foi dos mais disputados, e Collor venceu Lula por menos de seis pontos percentuais: 49,94% contra 44,23%. Ou, em votos válidos, 53,03% contra 46,97%.
Hoje, mesmo que a presidente Dilma apareça em pesquisas do Datafolha abrindo quase dez pontos sobre Marina ou Aécio, os analistas de pesquisas eleitorais acreditam que dificilmente a diferença para o vencedor será tamanha.
Por paradoxal que pareça, a disputa acirrada entre Marina e Aécio para ver quem chega ao segundo turno pode (re)forçar uma união que estava prevista lá atrás, quando o ex-governador Eduardo Campos ainda era o candidato do PSB.
Qualquer um dos dois que chegue ao segundo turno contra Dilma chegará praticamente empatado com o terceiro colocado, o que quer dizer que precisará do apoio do outro para se tornar competitivo. Segundo o Datafolha, a presidente Dilma está fechando o primeiro turno com a perspectiva de ter menos votos para o segundo do que teve em 2010 contra José Serra: naquela ocasião, teve 56,05% contra 43,95%. Hoje, contra Martina, tem 54% contra 46% e, contra Aécio, 55% contra 45%.
Isso demonstra que seus votos estão consolidados, mas também que não conseguiu ampliar seu eleitorado depois de quatro anos de governo. Ao mesmo tempo, a oposição, que historicamente sempre teve uma média de 40% dos votos, ampliou um pouco seu eleitorado desde 2010. O que está em jogo para a oposição é reduzir a diferença no início do segundo turno em cerca de seis pontos percentuais, enquanto a presidente Dilma tentará ampliar o seu eleitorado para a média histórica petista de 60% de votos válidos no segundo turno.
Até o momento, no entanto, a intenção de votos da presidente tem batido num teto de 40%, enquanto o eleitorado oposicionista já chegou a colocar Marina Silva à frente com dez pontos de vantagem, o que significa que ela tem potencial para recuperar esses votos que já foram seus.
Ou, como preferem os tucanos, que o candidato Aécio Neves já mostrou que ele é quem é capaz de enfrentar o aparelho petista, pois tem experiência e uma máquina partidária mais bem distribuída pelo país, com força em estados importantes como São Paulo e Minas Gerais. O problema de Aécio Neves é que ele foi surpreendido por uma reação do eleitorado mineiro que não estava nos seus planos.
A derrota do tucano Pimenta da Veiga, se não for revertida, será um baque político importante, a ponto de prejudicá-lo na corrida presidencial mesmo que vá para o segundo turno. Segundo as pesquisas, em Minas, ele disputa o primeiro lugar com Dilma, que também é mineira. Em São Paulo, ao contrário do que eu escrevi ontem, segundo o Ibope, ele está em terceiro lugar, embora crescendo de 19% para 22%.
Marina Silva, que já liderou a disputa em São Paulo, hoje está empatada com Dilma em 29%, mas em queda, enquanto a presidente está subindo. O PSDB, que já estava fora do jogo, está se recuperando de maneira imprevisível e já garantiu seu papel de força oposicionista de peso na definição do segundo turno.
Mesmo que Marina resista ao assédio de Aécio, precisará do apoio do PSDB para ter competitividade e, sobretudo, para demonstrar que tem capacidade de montar um acordo partidário pela governabilidade. Caso Aécio Neves a ultrapasse, será difícil para Marina, depois de ter sido massacrada pelo PT, ficar em cima do muro como fez em 2010.
Igual a esta eleição, só a de 1989, a primeira direta para a Presidência da República depois da redemocratização. Naquela ocasião, Brizola e Lula disputaram palmo a palmo quem iria para o segundo turno contra Collor de Mello, que venceu o primeiro com 28,52% dos votos.
Lula se classificou por menos de um ponto percentual (exato 0,63), teve 16,08% dos votos, e Brizola, que teve 15,45%, morreu certo de que havia sido roubado. O segundo turno foi dos mais disputados, e Collor venceu Lula por menos de seis pontos percentuais: 49,94% contra 44,23%. Ou, em votos válidos, 53,03% contra 46,97%.
Hoje, mesmo que a presidente Dilma apareça em pesquisas do Datafolha abrindo quase dez pontos sobre Marina ou Aécio, os analistas de pesquisas eleitorais acreditam que dificilmente a diferença para o vencedor será tamanha.
Por paradoxal que pareça, a disputa acirrada entre Marina e Aécio para ver quem chega ao segundo turno pode (re)forçar uma união que estava prevista lá atrás, quando o ex-governador Eduardo Campos ainda era o candidato do PSB.
Qualquer um dos dois que chegue ao segundo turno contra Dilma chegará praticamente empatado com o terceiro colocado, o que quer dizer que precisará do apoio do outro para se tornar competitivo. Segundo o Datafolha, a presidente Dilma está fechando o primeiro turno com a perspectiva de ter menos votos para o segundo do que teve em 2010 contra José Serra: naquela ocasião, teve 56,05% contra 43,95%. Hoje, contra Martina, tem 54% contra 46% e, contra Aécio, 55% contra 45%.
Isso demonstra que seus votos estão consolidados, mas também que não conseguiu ampliar seu eleitorado depois de quatro anos de governo. Ao mesmo tempo, a oposição, que historicamente sempre teve uma média de 40% dos votos, ampliou um pouco seu eleitorado desde 2010. O que está em jogo para a oposição é reduzir a diferença no início do segundo turno em cerca de seis pontos percentuais, enquanto a presidente Dilma tentará ampliar o seu eleitorado para a média histórica petista de 60% de votos válidos no segundo turno.
Até o momento, no entanto, a intenção de votos da presidente tem batido num teto de 40%, enquanto o eleitorado oposicionista já chegou a colocar Marina Silva à frente com dez pontos de vantagem, o que significa que ela tem potencial para recuperar esses votos que já foram seus.
Ou, como preferem os tucanos, que o candidato Aécio Neves já mostrou que ele é quem é capaz de enfrentar o aparelho petista, pois tem experiência e uma máquina partidária mais bem distribuída pelo país, com força em estados importantes como São Paulo e Minas Gerais. O problema de Aécio Neves é que ele foi surpreendido por uma reação do eleitorado mineiro que não estava nos seus planos.
A derrota do tucano Pimenta da Veiga, se não for revertida, será um baque político importante, a ponto de prejudicá-lo na corrida presidencial mesmo que vá para o segundo turno. Segundo as pesquisas, em Minas, ele disputa o primeiro lugar com Dilma, que também é mineira. Em São Paulo, ao contrário do que eu escrevi ontem, segundo o Ibope, ele está em terceiro lugar, embora crescendo de 19% para 22%.
Marina Silva, que já liderou a disputa em São Paulo, hoje está empatada com Dilma em 29%, mas em queda, enquanto a presidente está subindo. O PSDB, que já estava fora do jogo, está se recuperando de maneira imprevisível e já garantiu seu papel de força oposicionista de peso na definição do segundo turno.
Mesmo que Marina resista ao assédio de Aécio, precisará do apoio do PSDB para ter competitividade e, sobretudo, para demonstrar que tem capacidade de montar um acordo partidário pela governabilidade. Caso Aécio Neves a ultrapasse, será difícil para Marina, depois de ter sido massacrada pelo PT, ficar em cima do muro como fez em 2010.
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