quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Líder da BLOSTA cria factóide para salvar Dilma da vergonha suprema: o fato de que ela não demitiu Paulo Roberto Costa


CPI - Petrobras - 2014 - CPIPETRO
Em relação à mentira de Dilma dizendo que “demitiu” Paulo Roberto Costa, Paulo Henrique Amorim até que tentou livrar a cara dela. Para eles, é uma pena que este blogueiro que vos escreve é especialista em auditoria corporativa. Antes, leia o esperneio de PHA:
A três dias das eleições, a edição do jornal O Globo estampa em sua capa factóide com claras intenções eleitorais: “Ata da Petrobras diz que ex-diretor renunciou”, afirma a manchete. Como o Muda Mais já mostrou aqui, ata da CPI da Petrobras no Senado comprova que a decisão da saída de Paulo Roberto Costa da estatal foi totalmente alheia a sua vontade, sendo-lhe comunicada por Edison Lobão, ministro de Minas e Energia.
O Globo teve acesso não apenas à ata da CPI, como também à matéria do Muda Mais, como afirmam em nota. Mas isso não impediu o jornal de criar um factóide político no dia do último debate antes do primeiro turno das eleições, com intenção explícita de prejudicar Dilma.

Na matéria, o jornal ignora o depoimento do próprio demitido em Comissão Parlamentar de Inquérito, e deliberadamente se atém às questões formais de praxe, quando da saída de ocupantes do alto escalão governamental. Como o próprio Costa esclarece, é comum que se solicite a quem está sendo demitido a redação de uma carta de demissão pró-forma. A seleção da passagem da ata da Petrobras de 2 de maio de 2012, utilizada pelo jornal como fonte, deixa claro seu caráter formal. Em uma rápida busca pelo google, são encontrados mais de 6.600 documentos com a expressão “pelos relevantes serviços prestados no desempenho de suas funções”. Os “elogios” sublinhados pelo jornal são nada mais do que um copia-e-cola utilizado em rituais públicos de demissão de diretores. É importante lembrar que, à época da demissão de Paulo Roberto Costa, não se tinha conhecimento das graves denúncias de corrupção envolvendo seu nome e a função que exercia na Petrobras. Certamente, fosse esse o caso, tais rapapés formais não constariam da ata.

Graças ao acesso à informação e à transparência dos processos públicos, bandeiras dos governos Lula e Dilma, o assassinato do jornalismo cometido por O Globo pode ser facilmente desmascarado. A íntegra do depoimento de Paulo Roberto Costa à CPI da Petrobras está aqui, disponível para qualquer cidadão. Nela, se pode conferir que Costa foi comunicado de que seria demitido por Lobão, instado a escrever sua carta de demissão e entregá-la à presidenta da Petrobras. A decisão de demiti-lo partiu de Dilma Rousseff, como a presidenta afirmou mais de uma vez.

Talvez parte da grande imprensa se ressinta dos ~áureos~ tempos em que era possível falar sozinha, criando factóides no dia do debate final antes das eleições com vistas a enfraquecer o candidato que menor atendesse a seus interesses. Felizmente, este não é mais o caso: há cada vez mais acesso à informação e transparência, os documentos citados estão disponíveis na internet e não se pode mais calar quem quer debater.
Assim como no caso do PT imputando à Marina o fato dela votar contra a CPMF, a regra também vale para os petralhas: só vale como evidência o que está escrito.

A própria alegação de Paulo Roberto Costa foi feita em uma época onde ele nem sequer pensava em delação premiada, portanto pode muito bem ter sido feita para proteger Dilma Rousseff e Graça Foster.

O problema é que não existe uma ata comprovando o que Costa disse. A ata diz o contrário: ele renunciou. E, como qualquer auditor sabe, o que vale é o que está em ata, que supera todas as evidências corporativas. Especialmente por que as atas revelam o consenso das reuniões com todos os envolvidos, além de formalizar acordos, decisões, etc.

Alguns poderiam dizer: “mas existe a declaração de Costa, que bate com a de Dilma”. Mas não está em ata. Para que PHA pudesse livrar a cara de Dilma, deveria ter existido uma ata de reunião com Dilma, Graça e o pessoal do conselho comunicando tudo que Costa falou na CPI. Note que essa ata iria trazer a formalização de todos os envolvidos.

Mas, de novo, como diria todo auditor corporativo: “Está em ata? Caso contrário, lamento. Melhor sorte na próxima.”

Logo, o Sr. Aécio pode levar mais essa mentira de Dilma ao debate de Globo. Se Dilma enrolar e dizer “mas eu fiz algo que não está na ata”, aí ele pode questionar: “Como pode a presidente tentar afirmar algo sobre decisão corporativa da maior empresa do Brasil tratada como conversa de corredor sem ser registrada em ata? Isso realmente não é sério. Mais um motivo para a perda de credibilidade do governo”.

E basta se lembrar de que, com gente desse tipo, se não está em ata, não vale nada. É como nos mais críticos embates corporativos, nos quais quem tem em mãos o que está registrado em ata, vence.

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