Postado:Tue, 28 Jan 2014 19:45:16 +0000
No dia 30 de abril de 2012, escrevi aqui um post sobre
um troço chamado “MAV” — Mobilização de Ambientes Virtuais. Trata-se de
um grupo criado pelo PT para vigiar a Internet e patrulhar as redes
sociais. Uma personalidade mais ou menos conhecida faz alguma afirmação
no Twitter de que os petistas discordam? Eles partem pra cima. O mesmo
se dá no Facebook. Palavras de ordem e boçalidades contra a oposição e o
jornalismo independente são replicadas em penca em centenas de sites,
blogs etc. Trata-se, obviamente, de uma forma de fraudar as redes
sociais.
Pois bem. Leiam o que informa Bruno Benevides na Folha (em vermelho). Volto em seguida:
O PT pretende fazer encontros com internautas de movimentos sociais para articular uma atuação na internet. “Existe uma presença conservadora nas redes, de pessoas que defendem a volta da ditadura, o [deputado federal Jair] Bolsonaro”, disse o secretário nacional de Comunicação do partido, o vereador José Américo (SP). Segundo ele, a ideia é organizar uma resposta progressista a essas ideias.
“Vamos fazer algo mais amplo, que reúna movimentos sociais, não só militantes do PT”, disse Américo, após reunião na sede do partido em São Paulo. O encontro discutiu exatamente a estratégia de comunicação do PT.
(…)
Retomo
Ou por outra: o PT vai azeitar a sua Policia Política informal, criada para patrulhar a rede. Já escrevi bastante a respeito e reitero alguns pontos de vista.
Na
Internet, no jornalismo impresso e também na TV, ex-jornalistas tiveram a
pena alugada pelo petismo para agredir lideranças da oposição e, ainda
com mais energia, a imprensa. Tentam desacreditá-la para dar, então,
relevo às verdades do partido. Alguém poderia dizer: “Até aí, Reinaldo,
tudo bem! Eles estão fazendo a guerra de opinião”. Não está tudo bem,
não! Esse trabalho é financiado com dinheiro público — sejam verbas do
governo federal e de governos estaduais ou municipais do partido, sejam
verbas de estatais. Vale dizer: é o dinheiro público que financia uma
campanha suja que é de interesse de uma legenda.
Essas
publicações — blogs, sites e revistas sustentados com dinheiro dos
cidadãos — formam uma espécie de central de produção de difamações que a
tal “MAV” vai espalhar pela rede. O núcleo mais forte está em São
Paulo, mas o próprio partido anuncia que está criando outros país afora.
Assim, meus caros, já não se pense mais no PT como o partido que
aparelha apenas sindicatos, movimentos sociais, ONGs, autarquias,
estatais, fundos de pensão e, obviamente, o estado brasileiro. Não! Os
petistas decidiram aparelhar também a Internet.
Este blog
Entenderam por que é quase impossível fazer um debate honesto, entre indivíduos, em áreas de comentários de páginas abertas ao público? Vocês serão sempre espionados, monitorados e, como se diz por aí, “trolados” por um grupo organizado. Que fique claro: não são indivíduos petistas debatendo. Trata-se de uma tropa de assalto à livre expressão. Não raro, são de um agressividade asquerosa. É por isso que expulso deste blog os chamados “petralhas”. Faço-o em benefício da verdade do debate — é uma mentira cretina essa história de que todos os meus leitores pensam a mesma coisa. Ora, eu não quero aqui patrulheiros da opinião alheia. Pior ainda: falando em nome da “verdade oficial”.
Qual é, no
que diz respeito à informação, a natureza da Internet? É, ou deveria
ser, o território dos indivíduos, que têm, finalmente, a chance de se
expressar com seu pensamento, suas sentenças, seus conhecimentos e até
seus preconceitos — afinal, no confronto e no convívio com outros, têm a
chance de aprender e de mudar de opinião. E, por certo, políticos e
partidos podem e devem criar suas páginas. Não há mal nenhum nisso.
Desde que fique claro de quem é aquela voz.
O MAV
subverte e corrompe a essência da liberdade na rede. A tropa que esse
núcleo mobiliza nunca deixa claro que está cumprindo uma tarefa. O
debate se dá de maneira desigual: de um lado, um indivíduo com suas
opiniões, suas angústias, suas dúvidas; de outro o oficialismo
organizado para impedir a livre circulação de ideias, tentando
confiná-las nos escaninhos da verdade partidária.
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