O ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso afirmou nesta segunda-feira (24) que a imagem de gestora da presidente
Dilma Rousseff já estava arranhada antes da revelação de que ela deu aval à
compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras. "Eu acho que não precisa de
mais isso para arranhar a imagem dela como gestora. O PAC basta",
ironizou, após dar palestra para alunos da PUC-Rio.
FHC disse que o surgimento de
novas suspeitas envolvendo a estatal o levou a mudar de ideia no fim de semana
e passar a defender a criação de uma CPI da Petrobras. "Eu pensei que fosse uma
coisa mais simples, e não é. É mais complicado. Acho que tem que ser apurado. E
a própria presidente deu o pontapé inicial, ela não defendeu o que foi
feito", disse o tucano. "As pessoas precisam saber o
que foi feito com o dinheiro do contribuinte. Eu não posso dizer até que ponto
isso terá influência [na eleição]. Não sei qual será o resultado, quem são os
responsáveis", acrescentou.
RACIONAMENTO
O ex-presidente defendeu que as
autoridades façam um apelo para que a população poupe água e energia. Ele
relembrou o apagão de 2001, no fim de seu governo, e disse que o racionamento
pode ser necessário de novo. "Eu levei muito pau por
causa do apagão de 2001. Quando teve o racionamento, levei um susto, porque a
primeira proposta era cortar a energia. Eu falei: 'Não. Vamos apelar para o
povo'", disse. "Acho que isso deve ser
feito já. Tanto com a água quanto com a eletricidade. Seguro morreu de velho. O
que custa pedir que todo mundo economize 10% de energia?", questionou.
Segundo FHC, a situação atual
"não é tão dramática" quanto a de seu governo, mas já está na hora de
pedir que a população faça um esforço de economia. Ele sugeriu a concessão de
estímulos para quem reduzir o consumo de água e energia.
FHC não quis opinar sobre o
conflito entre Rio de Janeiro e São Paulo pelas águas do rio Paraíba do Sul.
"Tem que ser uma decisão racional. Como resolver uma questão que atenda
aos dois lados? Eu não sei. A Agência Nacional de águas tem que dizer",
afirmou.
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