segunda-feira, 24 de março de 2014

FHC: "as pessoas precisam saber o que foi feito com o dinheiro do contribuinte".


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira (24) que a imagem de gestora da presidente Dilma Rousseff já estava arranhada antes da revelação de que ela deu aval à compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras. "Eu acho que não precisa de mais isso para arranhar a imagem dela como gestora. O PAC basta", ironizou, após dar palestra para alunos da PUC-Rio.

FHC disse que o surgimento de novas suspeitas envolvendo a estatal o levou a mudar de ideia no fim de semana e passar a defender a criação de uma CPI da Petrobras. "Eu pensei que fosse uma coisa mais simples, e não é. É mais complicado. Acho que tem que ser apurado. E a própria presidente deu o pontapé inicial, ela não defendeu o que foi feito", disse o tucano. "As pessoas precisam saber o que foi feito com o dinheiro do contribuinte. Eu não posso dizer até que ponto isso terá influência [na eleição]. Não sei qual será o resultado, quem são os responsáveis", acrescentou.

RACIONAMENTO

O ex-presidente defendeu que as autoridades façam um apelo para que a população poupe água e energia. Ele relembrou o apagão de 2001, no fim de seu governo, e disse que o racionamento pode ser necessário de novo. "Eu levei muito pau por causa do apagão de 2001. Quando teve o racionamento, levei um susto, porque a primeira proposta era cortar a energia. Eu falei: 'Não. Vamos apelar para o povo'", disse. "Acho que isso deve ser feito já. Tanto com a água quanto com a eletricidade. Seguro morreu de velho. O que custa pedir que todo mundo economize 10% de energia?", questionou.

Segundo FHC, a situação atual "não é tão dramática" quanto a de seu governo, mas já está na hora de pedir que a população faça um esforço de economia. Ele sugeriu a concessão de estímulos para quem reduzir o consumo de água e energia.

FHC não quis opinar sobre o conflito entre Rio de Janeiro e São Paulo pelas águas do rio Paraíba do Sul. "Tem que ser uma decisão racional. Como resolver uma questão que atenda aos dois lados? Eu não sei. A Agência Nacional de águas tem que dizer", afirmou.
 
 

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