Agencia Senado
O negócio pode ter causado um prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão à empresa.
Para criar uma CPI mista são necessárias as assinaturas de pelo menos 171 deputados e 27 senadores. O tucano Alvaro Dias (PR) disse que a oposição, embora "numericamente insignificante", vem sendo cobrada por uma atuação mais veemente.
- Se nós não tivermos dissidentes do governo, não instalaremos a CPI, mas é o nosso dever tentar - disse o senador.
Líderes da oposição no Senado e na Câmara reúnem-se nesta terça-feira (25), às 15h, no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Além do requerimento para a CPI mista, há uma iniciativa para a criação de uma CPI só no Senado.
- Uma CPI tem o poder de quebrar sigilos fiscais, telefônicos e bancários, ouvir depoimentos, produzir notícias e constatações rápidas - lembrou o líder do DEM, senador José Agripino (RN), para quem uma CPI nesse momento responderia à indignação da sociedade.
Denúncias
Além do prejuízo bilionário com o negócio, a oposição também quer investigar denúncias envolvendo a Petrobras desde 2005.
É o caso do calote da Venezuela, que deixou de pagar a sua parte, 40% dos recursos, no acordo com o Brasil para investimento de US$ 20 bilhões na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco.
Na lista a ser investigada também aparecem denúncias de superfaturamento de usinas brasileiras e de construção de navios.
As recentes revelações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desvendou um grande esquema de lavagem de dinheiro e resultou na prisão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras também são alvo da oposição.
Governo
No entanto, a maior parte dos governistas no Congresso aponta interesse eleitoreiro e oportunismo na criação da CPI. Para a senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), trata-se de uma investigação política e não técnica.
- Estamos num ano eleitoral e a oposição está se utilizando desse assunto para tentar fazer uma discussão de ordem política - disse a parlamentar, que também vê na CPI uma possível estratégia do mercado para a privatização da empresa.
O senador Jorge Viana (PT-AC) também atribuiu as denúncias ao crescimento da empresa e acusou a oposição de fazer uma campanha contra a Petrobras:
- Será que é porque agora nós temos o pré-sal? Será que é porque agora vai multiplicar por três a produção de barris?.
Jorge Viana disse que os parlamentares do PSDB poderiam propor uma CPI para apurar "as propinas comprovadas" no governo de São Paulo.
- Podiam propor também outra, pela irresponsabilidade de ficarem 20 anos governando um estado que hoje não tem água para o povo beber por falta de investimento - disse.
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