segunda-feira, 24 de março de 2014

No lugar de pedestres, mesas e cadeiras...Pedestre tem de andar no meio da rua.




Quase 100% das lojas no Plano Piloto ocupam área irregular
 
A história se repete. Comerciantes montam estruturas que vão além dos limites de seus terrenos sem autorização, são notificados, não as retiram e os chamados “puxadinhos” são derrubados. 

No começo da semana passada, o Jornal de Brasília mostrou que dois bares localizados na quadras 209 e 210, da Asa Sul, tiveram recolhidos toldos, grades de proteção, construções de madeira e vidros, instalados fora das normas urbanísticas. 

O dono de um dos bares estimou um prejuízo de R$ 70 mil com a ação. Na ocasião, o coordenador de fiscalização do órgão, Francisco Roberto Gonçalves, afirmou que “quase 100% dos comércios locais da Asa Sul tem algum tipo de ocupação de área pública, sendo passível ou não de  regularização”.  

Nas quadras 207 e 208 da Asa Sul, a situação dos estabelecimentos não é diferente. Comerciantes de diversos segmentos, especialmente os de bares e restaurantes, enchem as calçadas de mesas e cadeiras, tanto na parte voltada para o comércio quanto na parte de trás, virada para o lado residencial. 

Sem fiscalização

Na 208 Sul, um bar puxou tendas dos dois lados, impossibilitando a passagem de pedestres. Em um restaurante na mesma quadra, o proprietário, que preferiu não se identificar, assume que ainda utiliza área pública, apesar de já ter sido multado em 2009. “No meu caso é ainda pior, pois não tenho marquise, puxamos o toldo desde o limite da loja. Mas como iniciamos as atividades em 2004, quatro anos antes da lei, acredito que não somos contemplados”, comentou. 

Já um café localizado na Quadra 207   nunca teria recebido notificação. “Para nós, a área ocupada é fundamental. Sem a utilização das imediações da loja para a colocação de mesas não conseguimos atender os clientes. Mas também não impedimos nenhum pedestre de passar pela local”, explica o gerente Mário Nascimento.

 Asa norte

Porém, apesar de ser o foco da fiscalização no momento, o problema não se restringe à Asa Sul. Na Asa Norte, a fiscalização parece menos arraigada, mas a situação não é diferente. Bares e restaurantes ultrapassam os limites dos estabelecimentos na tentativa de aumentar o espaço de  atendimento ao público. No comércio local da 109 Norte, por exemplo, um conhecido restaurante fez o que pode ser chamado de um “puxadão”. Mesas e cadeiras ocupam toda a esquina em que a loja está situada, formando um “L”.  Funcionários contaram que o estabelecimento funciona há mais de 15 anos e, que tenham conhecimento, nunca foi notificado ou multado. 

Legalização

A 710 Norte está infestada de puxadinhos. Laércio Alves, proprietário de um restaurante em funcionamento há um ano e meio, defende a legalização das extensões. “Isso não é ruim, pois ajudamos a cuidar da região. A iluminação ao redor da loja, por exemplo, fomos nós que instalamos. Ajudamos até a diminuir a  criminalidade na quadra”, enumera.

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