Eu tenho medo do PSOL. Dizem que a gente não pode ter medo das coisas, mas a verdade é que o medo preserva nossa integridade, quando ele é fundamentado.
É por causa do medo que não estendemos a mão para acariciar uma cobra venenosa, não andamos no parapeito do trigésimo andar de um prédio e nem comemos maionese vencida há três meses.
Enquanto o medo infundado geralmente paralisa a pessoa, o medo racional nos faz viver mais, adia a morte por quanto for possível.
O medo que eu tenho do PSOL é fundamentado, é racional, é real: estamos diante de um partido que persegue os piores objetivos, cujo propósito principal é transformar o Brasil numa ditadura comunista.
Fundado em 15 de setembro de 2005, o PSOL é um partido que encontra sua primeira auto-contradição em seu próprio nome: Partido Socialismo e Liberdade.
Qualquer pessoa que tenha vivido em regimes socialistas sabe, por experiência própria, que não existe liberdade dentro do socialismo.
Tanto é que todos os países que vivem hoje num regime socialista impedem seus cidadãos de migrarem para outros lugares.
É assim na Coreia do Norte e em Cuba, como foi no passado na União Soviética e na Alemanha Oriental.
A afirmação é antiga e bem conhecida, mas não custa dizer novamente: os cubanos se lançam ao mar em jangadas improvisadas para fugir de seu país em direção à Flórida, mas não há notícia de que o contrário aconteça – ninguém quer voltar para o inferno socialista, onde tudo é controlado pelo Estado.
Mas divaguei demais. Voltemos ao PSOL. Se você, como eu, não gosta do PT, e acha que esse partido tem trabalhado ativamente para transformar nosso Brasil em uma república comunista bolivariana, respire fundo e leia o que o PSOL acha do PT (trecho retirado diretamente do site do partido).
A vitória de Luis Inácio Lula da Silva foi uma rejeição do modelo neoliberal lançado no governo Collor, mas consolidado organicamente nos dois mandatos de FHC.
Seus 52 milhões de votos eram a base consistente para uma nova trajetória governamental.
Seu governo, no entanto, foi a negação dessa expectativa.
Depois de quatro disputas, Lula entregou-se aos antigos adversários, e voltou as costas às suas combativas bases sociais históricas. Transformou-se num agente na defesa dos interesses do grande capital financeiro.
Na esteira dessa guinada ideológica do governo, o Partido dos Trabalhadores foi transformado em correia de transmissão das decisões da Esplanada dos ministérios.
É isso mesmo: para o PSOL o PT é um partido praticamente de direita.
Percebe alguma semelhança com a relação PT-PSDB?
Lembremos que nas eleições em que Collor foi eleito presidente PT e PSDB estavam em aliança no segundo turno.
Hoje são partidos arqui-inimigos, e não existe petista no mundo que não tache o PSDB de direitista.
O PSDB deixou de ser esquerda? Não, jamais.
O que aconteceu no Brasil foi um deslocamento do espectro político para a esquerda, de forma que o partido “menos esquerdista” acabou chamado de direita, o “mais ou menos esquerdista” de centro e o restante de esquerda propriamente dita.
O PSOL quer deslocar esse espectro ainda mais, num movimento que busca a extinção das forças políticas conservadoras.
É claro que o pior ainda estava por vir. Escolhi 10 dos 21 pontos do programa de ação do partido, que em 2014 terá como candidato próprio à presidência o senador pelo Amapá, Randolfe Rodrigues, para exemplificar o tipo de insanidade a que estaremos sujeitos no caso desses lunáticos chegarem um dia ao poder:
- Randolfe Rodrigues – senador pelo Amapá, ex-petista, foi o responsável pela rejeição, na Comissão de Constituição e Justiça, de proposta de redução de maioridade penal;
- Ivan Valente – deputado federal por São Paulo, ex-petista, me faz ter vergonha de ser engenheiro;
- Chico Alencar – deputado federal pelo Rio de Janeiro, ex-petista, representante da esquerda católica, ligado à Teologia da Libertação;
- Jean Wyllys – deputado federal pelo Rio de Janeiro, ex-petista, ex-BBB, detentor da vergonhosa marca de 13.016 votos, insuficientes até mesmo para eleger um vereador numa cidade pequena;
- Marcelo Freixo – deputado estadual no Rio de Janeiro, em alta no momento pela suposta ligação com os grupos de black blocs que assassinaram o cinegrafista Santiago, da Band.
A mídia brasileira vem tratando o PSOL como um partido ético, vem protegendo seus políticos, exaltando seus feitos, e insinuando que é uma alternativa viável de poder para o Brasil.
Assim como o PT já foi romantizado como um partido ético e virtuoso, assim está acontecendo com o PSOL.
Não é hora de divisões no front direito da batalha – o inimigo da liberdade está se apresentando em diversas formas, angariando votos dos incautos e conquistando posições importantes no cenário político.
Precisamos reagir, e logo.
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