Tanta area de proteção ambiental devastada, tanto animal morto, tanto chacareiro desabrigado para ...isso?
Objetivo do calote é tornar os dados fiscais de fevereiro “menos ruins”
No mesmo mês em que recebe a agência de classificação de risco
Standard & Poor’s, que colocou a nota do País em xeque pela
desconfiança em relação à política fiscal, a equipe econômica recorre ao
artifício que usou para fechar as contas de 2013: segurar os repasses
feitos aos bancos oficiais do dinheiro destinado a pagar as construtoras
pelo andamento das obras programa Minha Casa, Minha Vida, destinadas às
famílias de renda.
Sob a condição de anonimato, com medo de represálias do governo, os
empresários foram unânimes em confirmar os atrasos, que chegam, em
alguns casos, a um mês.
O governo represou os pagamentos no segundo mês
do ano.
No fim de 2013, foi a primeira vez, desde 2009 (quando o
programa foi criado), que houve atrasos nos pagamentos às construtoras,
mas os empresários achavam que a prática só seria usada para o
fechamento das contas anuais do governo, para fingir redução dio déficit
fiscal.
O objetivo do governo é tornar os dados fiscais de fevereiro “menos
ruins”, como define uma fonte da equipe econômica.
Diante da frustração
da arrecadação em fevereiro, e com a enorme pressão colocada pelo
mercado financeiro e por investidores externos ao comportamento mensal
dos dados fiscais, o governo se viu “forçado” a represar despesas.
Demissões já começaram
André Montenegro, presidente do Sinduscon-CE, disse que algumas
construtoras já começaram a demitir os funcionários para reduzir custos,
devido ao atraso por parte do governo do repasse de recursos do
programa Minha Casa, Minha Vida.
“Se os atrasos do governo se tornarem
frequentes, as empresas não vão querer assinar novos contratos e vão
começar a parar o andamento das obras por falta de dinheiro.”
Esse atraso preocupa os empresários do setor. “Não estamos entendendo
o que está acontecendo: se o motivo é o orçamento apertado ou algum
motivo eleitoral”, disse o presidente do Sinduscon Rio, Abrahão Roberto
Kauffmann.
O Sinduscon do Rio Grande do Sul também recebeu reclamações de uma
dezena de empresas por causa dos atrasos.
“É uma equação lógica: se os
atrasos forem frequentes as empresas têm que diminuir os custos. A
primeira medida é cortando pessoal”, afirma.
O governo estima que o programa habitacional foi responsável pela
geração de 1,27 milhão de empregos em 2013, direta e indiretamente, o
que representa 2,6% do total das vagas formais, segundo dados divulgados
pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.
O vice-presidente da Câmara Brasileira de Construção Civil (Cbic),
José Carlos Martins, disse que há registro de reclamações por causa dos
atrasos em todo o País. “As construtoras da faixa 1 do Minha Casa Minha
Vida têm margem muito estreita.
Quando acontece isso, a empresa leva um
susto.”
Em nota, o Tesouro informa que os repasses estão normais e foram
liberados R$ 3,9 bilhões neste ano.
Diario do Poder
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