"Nesse período do meu
governo, pretendemos estar com ela funcionando, com locomotivas e trens
transportando carga e pessoas de Estrela D'Oeste até lá em cima em Açailândia,
no Maranhão". (Dilma Rousseff, 15 de março de 2012)
Diante do atraso na entrega dos
trilhos para a construção do trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Goiás e São
Paulo, a obra será paralisada. É o que a Folha apurou junto a companhias
responsáveis pela construção dos 681 quilômetros ligando Anápolis (GO) a Estrela
d'Oeste.
A obra começou em 2010 e deveria
estar concluída em 2012. O governo reviu os prazos e pretendia entregá-la neste
ano, mas parte da construção vai parar de novo, o que impedirá o cumprimento do
novo prazo. As 105 mil toneladas de trilhos
para esse trecho foram compradas no ano passado pela Valec, estatal de
ferrovias, após três tentativas frustradas por suspeitas de irregularidades na
concorrência.
A empresa RMC Participação, em
consórcio com a chinesa Pangang Group, venceu os três lotes, que somavam R$ 402
milhões. No ano passado, a Folha mostrou
que diretores da RMC tinham ligações com empresa contratada pelo ex-fornecedor
de trilhos para a Valec, impedido de entrar na licitação por ter sido punido
por irregularidades em contratos com o governo.
Em decisão deste mês, o TCU
(Tribunal de Contas da União) enviou documentos para que Ministério Público e
PF apurem possíveis irregularidades nessa contratação. O contrato do consórcio da RMC
com os chineses foi assinado em 6 de novembro, prevendo que em 131 dias após a
assinatura deveriam ter sido entregues 33 mil toneladas dos trilhos.
Passados 165 dias, nenhum trilho
foi entregue. A Folha apurou que o atraso ocorre porque a empresa brasileira
não conseguiu reunir documentos necessários para garantir a importação do
material. Com isso, a Valec não emitiu a ordem de serviço para que a RMC comece
o processo de encomenda.
OUTRO LADO
Contatada, a RMC não falou até o
fechamento da edição. A Valec confirmou que aguarda a apresentação de garantias
da vencedora para emitir a ordem de serviço. "A previsão é que os
primeiros trilhos sejam entregues na obra aproximadamente três meses após a emissão
da ordem", diz a estatal sem especificar uma data. (Folha de São Paulo)
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