09/04/2014
às 22:20
Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
Preterido por senadores e pelo próprio presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), o senador Gim Argello (PTB-DF) desistiu de tentar uma cadeira de ministro na Corte.
O anúncio
foi feito ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na noite
desta quarta-feira, poucas horas depois de a oposição ter apresentado
outro nome à vaga. A assessoria de Argello deve soltar uma nota com os
motivos da desistência.
Nesta
quarta, o presidente do TCU, Augusto Nardes, defendeu que o Congresso
aprove nomes de “reputação ilibada” e “idoneidade moral” – o que não é
caso do indicado pelo governo. Gim Argello responde a diversas ações no
Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de crime contra a Lei de
Licitações, crime eleitoral, peculato, crime contra a administração
pública, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Ele chegou ao Senado
como suplente e assumiu a vaga de Joaquim Roriz, que renunciou para
fugir da cassação.
Em outra
frente, senadores de cinco partidos – PSB, PSDB, PSOL, DEM e PDT – se
articularam para tentar barrar a indicação do senador. Como alternativa,
apresentaram o nome de Fernando Moutinho, consultor do Orçamento do
Senado desde 2006 e que já atuou como auditor do tribunal por sete anos.
O nome de
Gim Argello tinha o aval do Palácio do Planalto e de senadores
governistas. Na terça-feira, parlamentares aliados tentaram aprovar, a
toque de caixa, o nome do petebista ao cargo. Por um voto, o
requerimento foi derrotado, levando a indicação ao rito normal da Casa,
passando por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O
petebista era cotado para substituir o ministro Valmir Campelo, que teve
a aposentadoria publicada no Diário Oficial da União (DOU) de
segunda-feira.
Em nota,
Argello afirma que sua indicação foi usada como “instrumento de disputa
política”. “No momento em que a honrosa indicação do meu nome para o
cargo de ministro do Tribunal de Contas da União é usada como
instrumento de disputa política em ano eleitoral, entendo que devo abrir
mão desta honraria”, afirmou.
No
documento, o senador não diz se tentará a reeleição ou buscará uma vaga
na Câmara dos Deputados. “Com fé renovada em Deus e com o mesmo
desprendimento demonstrado ao longo dos meus vinte anos de vida pública,
reafirmo meu compromisso com o povo do Distrito Federal, com a
sociedade brasileira, com o Senado da República, com o Partido
Trabalhista Brasileiro”, afirmou.
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