sexta-feira, 16 de maio de 2014

FIFA é um peso nas costas, diz Dilma


Dilma afirma que principais dirigentes da Fifa são um peso


Em jantar com dez jornalistas esportivos no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff disse que os principais dirigentes da Fifa têm representado um peso. 

Quando falava da necessidade de ampliar a rede de metrôs nas grandes cidades brasileiras, a presidente foi questionada se tais obras eram por causa da Copa. Respondeu: "Tirem o Blatter e o Valcke das minhas costas! Não tem nada a ver com a Copa, são obras para as cidades". 

Ao que um dos presentes no jantar perguntou: "Eles são um peso, presidente?". "Ô, se são", concordou Dilma, em referência a Joseph Blatter, presidente da Fifa, e Jerôme Valcke, secretário-geral da entidade. 

A presidente ouviu mais do que falou quando o assunto se limitava ao futebol, mas fez questão de dizer que se preocupa pouco com as pesquisas eleitorais neste momento: "Porque a partir de agosto eu tenho o que mostrar. Tenho muito o que mostrar", enfatizou. 

Questionada se falar em medo de retorno ao passado não seria propaganda perigosa, Dilma frisou: "A propaganda é do PT, é deles, que têm todo o direito. Meu papel é mais amplo, não se trata de propaganda do governo". 

Comercial do PT levado ao ar nesta semana associou seus rivais na disputa pelo Planalto a "fantasmas do passado" e afirmou que o Brasil "não quer voltar atrás".



Presidenta Dilma Rousseff se reúne com jornalistas esportivos durante jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília
Dilma Rousseff se reúne com jornalistas esportivos durante jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília   

Dilma não revela constrangimento por ter de se encontrar com o presidente da CBF, José Maria Marin, que, em 1976, elogiou o delegado Sérgio Paranhos Fleury (1933-1979), acusado de torturar Carlos Araújo, ex-marido dela: 

"Por que citar o Carlos? Torturou a mim. Sabe o que eu sinto? Eu sinto que não sou eu quem tem de justificar nenhuma barbaridade para minha filha ou para meu neto. São eles que têm. Porque nós ganhamos. É assim que eu sinto: nós ganhamos". 

IMPRENSA
 
Críticas da imprensa incomodam? "Mais alertam que incomodam. Vocês não fazem ideia de como ajudam às vezes. Tenho couraça", disse, sem citar nenhum crítico. 

Contou que a reunião dos Brics no Brasil, que seria em março, ficou para julho porque o líder chinês, Xi Jinping, pediu, por ser apaixonado por futebol. 

Ao responder sobre a solidão do poder, brincou: "Até teria, mas não dá tempo". 

E disse que a busca da reeleição é mais complicada que a da eleição por três motivos: "Primeiro porque você é a presidenta; segundo porque quer se reeleger, e terceiro porque você é assim como é. Ou seja, tudo é motivo para crítica". 

Sobre o temor de a população virar as costas para a Copa, ela foi convicta: "Na hora de a onça beber água, este país vai endoidar".

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