A economia brasileira cresceu 0,30% no 1º trimestre em
relação aos três últimos meses de 2013, na série com ajuste sazonal, segundo o
IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado uma prévia do Produto
Interno Bruto (PIB). Para analistas, o dado reforça a expectativa de que o
índice oficial de crescimento do País, que será divulgado pelo IBGE em 30 de
maio, cresça menos do que no 4º trimestre de 2013 (quando avançou 0,7%).
No mês de março, a atividade econômica recuou 0,11% ante
fevereiro, após registrar alta de 0,02% entre janeiro e fevereiro (dado
revisado). Em 12 meses, o avanço foi de 2,11%. "A trajetória (do IBC-Br) é
inequívoca ao mostrar estagnação da economia, os números não são convincentes.
O crescimento do PIB no primeiro trimestre não deve ser mais do que 0,5%",
avaliou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, que vê o
PIB crescendo neste ano em torno de 1,6%.
A expectativa de economistas ouvidos pelo BC, via pesquisa
Focus, é de que o PIB crescerá 1,69% neste ano, abaixo dos 2,3% vistos em 2013.
Para o banco Bradesco, o resultado de março é compatível com
a expectativa de desaceleração do PIB no primeiro trimestre deste ano.
"Considerando-se outros indicadores coincidentes, continuamos acreditando
que o PIB do primeiro trimestre apresentará desaceleração ante o período
anterior", diz, em relatório, o Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos do Bradesco.
O banco chamou atenção ainda para a revisão ocorrida no
resultado de fevereiro, que passou de uma alta de 0,24% para +0,02%. Nos meses
anteriores também ocorreram revisões nas variações mensais.
A economia brasileira não consegue mostrar recuperação neste
ano, afetada pelo mau desempenho de importantes setores, como o industrial, e
pela falta de confiança dos agentes econômicos. O cenário também inclui vendas
no varejo sem força, em meio à inflação elevada e crédito mais caro, vindo da
política de aperto monetário adotado pelo BC há um ano e que tirou a Selic da
mínima histórica de 7,25% para os atuais 11%.
Diferente do PIB. O IBC-Br incorpora estimativas para a
produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e
agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.
Entre os indicadores que compõe o índice está a Pesquisa
Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, que mostrou queda de 0,5% em março ante
fevereiro, na série com ajuste sazonal, e recuo de 1,1% na comparação entre o
terceiro mês do ano e igual período de 2013. No primeiro trimestre do ano, as
vendas do varejo registraram estabilidade. Outro dado importante é a produção
industrial, que em março caiu 0,5% na comparação com o mês anterior e recuou
0,9% em relação a março de 2013. No trimestre, no entanto, houve crescimento de
0,6%.
Já o PIB do IBGE é a soma do valor final de todos os bens e
serviços produzidos no País durante certo período. Por conta da diferença de
cálculo, os dois indicadores podem apresentar resultados diferentes. (Estadão)
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