Parece notícia absurda de corrente de email ou boataria de Facebook, né? Pois bem… Segue nota da revista Isto É:
“A gravidez de cubanas no programa “Mais Médicos” – O programa “Mais Médicos” viu-se diante de duas questões legais na semana passada. Cinco profissionais cubanas teriam engravidado aqui. O governo de Raúl Castro estaria exigindo o regresso dessas mulheres grávidas, determinando que só poderão continuar no Brasil se abortarem.Eis a primeira questão:o aborto é crime em nosso país. Mais: o acordo de trabalho firmado entre os dois países estabelece que é a Missão Médica Cubana no Brasil que autoriza ou não o namoro das profissionais com homens não nascidos em Cuba. Essa é a segunda questão legal: o Brasil, regido pelo Estado Democrático de Direito, proíbe a discriminação de nacionalidades em namoros ou casamentos.” (grifos nossos)
A notícia é tão estarrecedora que parece
coisa de filmes de ficção em que governos ditatoriais são retratados
com exagero na maldade. Mas, tragicamente, é um dado dos dias de hoje,
acontecendo justamente no Brasil.
Gostaria de saber especialmente a
opinião da turma que defende (com razão) o lema “meu corpo, minhas
regras” e, ao mesmo tempo, também defende o sistema de contratação do
Mais Médicos, que restringe as cubanas quanto à disposição sobre o
próprio corpo, a própria liberdade e até os próprios desejos –
obrigando-as, agora que estão grávidas, a escolher entre aborto e
extradição.
E quis o destino que esse absurdo viesse
à tona em plena véspera do Dia das Mães. Aguardemos se o governo fará
demagogia, escondendo o caso, ou se “permitirá” que as cubanas grávidas
não sejam extraditadas caso não queiram fazer aborto.
Ainda sobre o “Mais Médicos”, recomendo a leitura deste texto.
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