domingo, 22 de junho de 2014
Argentina recua e decide renegociar a dívida externa do país
A presidente Cristina Kirchner discursa em favor do diálogo com os credores que não aderiram à reestruturação da dívida externa do país vizinho, para evitar o calote parcial.
Publicação: 21/06/2014 07:00 Correio Braziliense
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou ontem que deseja negociar com todos os credores do país, a começar daqueles que se recusaram a participar da reestruturação da dívida, após a moratória de 2001.
Preocupada com a decisão da Justiça dos Estados que manda ressarcir os chamados fundos abutres em US$ 1,3 bilhão, ela prometeu honrar 100% dos compromissos. “Tudo o que pedimos é que nos deem condições justas”, discursou ela em tom emocionado, durante evento cívico diante do monumento à bandeira, em Rosário.
“Sempre estarei disposta a cumprir o meu dever, mas nunca a rifar a pátria”, ressaltou a presidente. Segundo ela, os advogados do país estão orientados a levar essa mensagem ao juiz Thomas Griesa, que decidiu em favor dos credores, negando recurso ao governo argentino na Suprema Corte americana. “Temos o direito e o dever a tomar parte em uma negociação justa e equitativa. A Argentina, como sempre, está disposta a negociar”, sublinhou a presidente.
Cristina chegou a sugerir que, embora o novo calote seja uma alternativa fácil, este não será o caminho a ser seguido. “Só me sobra um ano e oito meses de governo. Mas os seus filhos e netos dependem de que haja pátria com crescimento”, justificou.
A chefe de Estado conclamou ainda a unidade nacional e lembrou que “sobra boa fé” à Argentina, após ressaltar que muita gente se acostumou a considerar os argentinos “imprevisíveis”.
O país vizinho trava uma batalha de 12 anos na Justiça dos EUA com credores que não aderiram às reestruturações de 2005 e 2010, nas quais mais de 90% dos detentores aceitaram reduzir a um terço o valor original de seus títulos.
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