Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por AC Portinari Greggio
Caro Serrão, no seu último boletim, havia a seguinte
observação:
“Numa pesquisa que ninguém com bom senso conseguiu
entender o resultado, registrada no TSE com o cabalístico número 171, só ficou
claro que Dilma Rousseff vem perdendo popularidade e a confiança da população.
Atualmente, 50% desaprovariam sua forma de administrar. Só 31% (o costumeiro
percentual de adeptos do partido-seita petista) consideram o governo da
Presidenta ótimo ou bom. A rejeição a Dilma é cristalina e cristalizada. Dilma
já era...”
“O que não se compreende é como a mesma pesquisa, feita com apenas 2002 pessoas, em apenas 142 dos cinco mil seiscentos e tantos municípios brasileiros, consegue o milagre de apontar que a impopular Dilma tem 39% das intenções de voto para outubro. Aécio Neves só teria 21% e Eduardo Campos, 10%. No segundo turno, Dilma ganharia de Aécio (43% a 30%) e venceria Eduardo (43% a 27%). Na pesquisa espontânea, Dilma fica com 25%; Aécio com 11% e Eduardo Campos, com 4%”.
Realmente, o índice de aprovação do governo da Dilma
(31%) não combina com o das intenções de voto (39%). Mas isso tem sua lógica,
porque as duas perguntas suscitam respostas diferentes.
Quando indagam da qualidade do governo, os entrevistados
pensam numa escala linear de valores referentes a um só tópico. Nessa escala,
somente 31% aprovam Dilma.
Mas quando indagam das intenções de voto, os
entrevistados se deparam com várias opções comparativas. Nesse caso, Dilma leva
vantagem porque ainda é mais conhecida do eleitorado.
Os demais candidatos são menos conhecidos, ou até
desconhecidos. Na dúvida, alguns entrevistados preferem ficar com o que
conhecem, ou seja, com Dilma. Daí o fato de 39% dizerem que votarão nela,
apesar apenas 31% aprovarem seu governo.
Dizem os analistas que, nessa fase da campanha, a
vantagem de intenção de voto só seria estável se a opinião sobre seu governo
também fosse ao redor de 39%.
A disparidade dos dois indicadores sinaliza que, a medida
que a campanha prosseguir e os demais candidatos forem melhor conhecidos, a
intenção de voto em Dilma tenderá a cair para 31% ou menos, acompanhando o
julgamento cada vez mais negativo de seu governo.
Ou seja: para efeitos práticos, Dilma, neste momento, tem
apenas 31% das intenções de voto.
AC Portinari Greggio é Especialista em Assuntos
Estratégicos.
Postado por Jorge
Serrão às 08:53:00
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