Por Gabriel Castro, na VEJA.com.
Comento no próximo post.
A Convenção Nacional do PT que marcou o lançamento de Dilma Rousseff à reeleição revelou o quanto os petistas estão preocupados com a possibilidade de derrota na disputa pela Presidência.
Os discursos se
concentraram mais em ataques aos adversários do que em propostas para um
segundo mandato. A convenção, realizada em Brasília, teve a presença
dos principais nomes do partido e foi aberta com um coro de crianças
cantando uma música que pedia “mais futuro em nossa vida”. O primeiro a
discursar foi o presidente do PT, Rui Falcão.
Ele anunciou oficialmente a
indicação de Dilma Rousseff para a reeleição, ao lado do peemedebista
Michel Temer como vice.
Em seu
discurso, a própria Dilma tratou de criticar o governo que se encerrou
doze anos atrás: “Antes, o Brasil se defendia das crises de uma forma
extremamente perversa, arrochando o salário dos trabalhadores,
aumentando as taxas de juros a níveis estratosféricos, aumentando o
desemprego, diminuindo inteiramente o crescimento e vendendo o
patrimônio publico”, disse ela, que continuou:
“Não fui eleita para
mendigar dinheiro do FMI, porque não preciso”. Para
o segundo mandato, a presidente anunciou algumas propostas antigas, não
cumpridas no primeiro mandato, como a revisão do pacto federativo, a
popularização da banda larga e o esforço pela realização da reforma
política. “Precisamos de mais oito anos para construir uma obra à altura
dos sonhos do Brasil”, afirmou.
Já o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais aplaudido do que Dilma,
demonstrou preocupação com os jovens e pediu que os militantes se
esforcem para conquistar o voto dos mais novos: “Quem tinha seis ou oito
anos doze anos atrás não tem obrigação de saber tudo o que nós
fizemos”, disse ele.
Lula também disse que nunca se desentendeu com a
sucessora durante os quatro anos de governo. “É possível criador e
criatura viverem juntos em harmonia”, afirmou. A convenção reuniu
centenas de militantes e autoridades petistas em um centro de convenções
de Brasília.
No ato, planejado pelo marqueteiro João Santana, apenas
quatro pessoas discursaram: Dilma, Lula, o vice-presidente Michel Temer e
o presidente do PT, Rui Falcão. O presidente do PSD, Gilberto Kassab,
foi vaiado quando entrou no palco.
Ataques
Rui Falcão fez um discurso sintomático, uma amostra do que será o tom da campanha petista: como se o PT fosse oposição e não governo, ele gastou mais tempo atacando os adversários e os governos do PSDB do que falando dos méritos da gestão Dilma. Pediu que a militância retomasse o espírito de 1989 e atacou o “neoliberalismo”.
Rui Falcão fez um discurso sintomático, uma amostra do que será o tom da campanha petista: como se o PT fosse oposição e não governo, ele gastou mais tempo atacando os adversários e os governos do PSDB do que falando dos méritos da gestão Dilma. Pediu que a militância retomasse o espírito de 1989 e atacou o “neoliberalismo”.
“Não
vamos permitir retrocessos, nem a volta a um passado de recessão,
arrocho e desemprego, cuja figura-símbolo, antes condenada ao ostracismo
pelos parceiros, agora ressurge como guru nas convenções dos tucanos”,
disse o petista, em referência a Fernando Henrique Cardoso.
Rui
Falcão admitiu a dificuldade da vitória: “Já se tornou lugar comum dizer
que esta eleição será a mais dura, a mais difícil de todas. E os fatos
mostram que sim”, disse.
Corroborando
as palavras do petista, no meio da convenção o PTB, um dos partidos da
base aliada, anunciou o rompimento com o governo e a adesão à campanha
de Aécio Neves.
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