domingo, 22 de junho de 2014

Lula e Dilma negam atritos e insistem na Copa como cabo eleitoral

Na convenção petista que confirmou Dilma Rousseff candidata ao Planalto, Lula e a presidente negam atritos e tentam capitalizar as primeiras semanas do Mundial, sem registros de problemas graves e com poucas manifestações
 
Correio Braziliense

Publicação: 22/06/2014 06:00

Depois de evitarem o assunto Copa na esteira dos protestos de junho, Dilma e Lula defendem a qualidade dos estádios  (Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Depois de evitarem o assunto Copa na esteira dos protestos de junho, Dilma e Lula defendem a qualidade dos estádios


A convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), que oficializou a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, na manhã de ontem, em Brasília, uniu o discurso de “criador e criatura” para capitalizar eleitoralmente o sucesso da Copa do Mundo. 


Após duas semanas de competição sem registro de grandes problemas, Dilma, que havia esfriado o discurso pró-Copa antes do início do Mundial em razão das ameaças de greves e manifestações, criticou os descontentes, reforçou a estratégia do “nós contra eles” e exaltou o êxito da infraestrutura brasileira para receber a competição.

O mote do Brasil provedor de um grande evento embrulhou a tese de que Dilma representa a única candidatura capaz de ampliar as mudanças em curso no país. “A Copa está dando uma goleada descomunal nos pessimistas, naqueles que diziam que ela não ocorreria. Antes de tudo, vamos amar nosso país, nossa camiseta verde e amarela, nossa seleção, e não vamos deixar jamais o ódio ganhar”, discursou a presidente para delírio dos mais de 800 delegados petistas que compunham a plateia.

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O discurso enfadonho e extremamente didático da presidente, que fez muitos militantes irem embora, ganhou um tom mais emotivo no fim. 


Sem citar o episódio em que foi xingada durante a abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, a petista reagiu mais uma vez. “Recolhamos as pedras que lançam contra nós e vamos transformar essas pedras em tijolos para fazer o Minha Casa, Minha Vida. Vamos recolher os xingamentos, impropérios, grosserias e transformar em versos e canções de esperança sobre o futuro do nosso país. Com a força do povo, vamos vencer de novo”, afirmou.

Antes de Dilma, o ex-presidente Lula, ovacionado pela militância petista, fez questão de ressaltar o seu protagonismo no processo eleitoral. Ao se referir à presidente como criatura, acabou, mesmo sem querer, reforçando a tese de que é capaz de eleger uma candidata sem luz própria. 


“A gente vai provar que é possível uma presidenta e um ex-presidente terminarem seu mandato sem que haja nenhum atrito entre os dois, numa demonstração de que é plenamente possível o criador e a criatura viverem juntos em harmonia”, discursou.

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