Candidato em PE com apoio do PT, Armando Monteiro criticou decisão.
Cúpula decidiu se aliar a tucano após divergências com PT em estados.
O presidente do PTB, Benito Gama, discursa durante convenção do partido, em Salvador
Mesmo após ser várias vezes anunciado pelo presidente da legenda, o ex-deputado federal Benito Gama, o resultado não agradou a vários parlamentares do PTB, que reclamaram em discurso não terem sido consultados sobre a mudança de posição do partido, que antes havia prometido apoio à presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.
Gama enfatizou que embora o partido apoie Aécio à Presidência, cada estado terá autonomia para decidir quem vai apoiar nas eleições para os governos estaduais. Na Bahia, o PTB confirmou o apoio a Rui Costa, candidato do PT ao governo estadual. Em Pernambuco, o senador Armando Monteiro, do PTB, disputará o governo com apoio do PT, que indicou o deputado federal João Paulo (PT), como candidato ao Senado.
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Integrante da base de apoio ao governo desde 2011, o PTB chegou a se reunir com Dilma no final de maio, em Brasília, para selar a aliança. No sábado (21), porém, a cúpula decidiu mudar de lado e aderir à candidatura de Aécio, alegando quebra de acordo do PT para apoiar candidatos do PTB em Roraima, Piauí, Rio de Janeiro e Distrito Federal.Na convenção, antes da votação em favor de Aécio, o senador Armando Monteiro (PE) criticou a posição da cúpula do PTB.
"Esse é um momento de grande constrangimento. Em nenhum momento, nós de Pernambuco criamos qualquer embaraço para o PTB nacional. Por tudo isso merecíamos um pouco de respeito, um mínimo de consideração que pudesse se expressar em consulta. Essa manifestação da Executiva Nacional foi sem consulta aos diretorias estaduais. Eu sequer recebi um telefonema. Quero registrar aqui o meu protesto a essa decisão unilateral, autoritária e desrespeitosa", afirmou o senador.
Após a convenção, Benito Gama informou que foram contabilizados somente 10 votos contrários ao apoio a Aécio, todos, segundo o presidente do PTB, de delegados de Pernambuco. "Foi uma disputa saudável. É claro que há questionamentos individuais, como foi o caso de Pernambuco", afirmou.
Durante a convenção, o presidente do PTB no Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Busato, também criticou o partido. "Nós temos 17 deputados e nenhum deles foi comunicado da decisão do partido. Que nós tenhamos daqui pra frente maior diálogo. Precisamos ter uma atitude de maior habilidade política no futuro. Não é bom esse distanciamento entre a banca e o partido", protestou.
Na quarta (25), o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), informou que os deputados federais cogitam apoiar informalmente Dilma, pedindo votos para a petista em seus redutos eleitorais.
A decisão, antecipada na semana passada, representa uma baixa para a campanha da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, que contava com cerca de 1 minuto e 5 segundos que o partido tem direito na propaganda eleitoral de rádio e TV.
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