Esta é a divisão do eleitorado do Brasil por regiões. Serão cerca de
143 milhões de eleitores indo às urnas. A previsão é que tenhamos cerca
de 105 milhões de votos válidos. Para vencer a eleição, é preciso
reduzir a desigualdade de votos. No Nordeste. A matéria abaixo é do
Estadão.
O candidato do PSDB à
Presidência, senador Aécio Neves (MG), inaugura nesta sexta-feira, 28, uma
ofensiva no Nordeste para usar aliados do governo Dilma Rousseff em conflito
com o PT e ganhar votos em uma região historicamente resistente ao partido. O
tucano vai participar da convenção do PSDB no Piauí e marcará presença nas
tradicionais festas de São João de Campina Grande, na Paraíba, e de Caruaru, no
agreste pernambucano. O périplo de Aécio tem por objetivo fechar na última hora
palanques estaduais na região a fim de diminuir a vantagem que os candidatos do
PT têm obtido desde a eleição de Lula, em 2002.
A estratégia de avançar sobre o Nordeste
tem sido costurada pessoalmente pelo tucano desde que assumiu o controle do
PSDB, em maio do ano passado. A avaliação feita pela cúpula de campanha é que o
PSDB precisa diminuir a distância com os petistas nos estados nordestinos, que
garantiram a Dilma 90% da vantagem sobre o então oponente José Serra (PSDB), no
segundo turno de 2010. As nove unidades da federação no Nordeste representam o
segundo maior colégio eleitoral do País, com um quarto do eleitorado nacional.
As costuras na reta final ocorrem
no momento em que a presidente tenta conter rebeliões em partidos aliados, com
concessões e promessas de cargos, para garantir praticamente metade de todo o
tempo de rádio e TV na campanha. Aécio busca compensar a desvantagem de ter
apenas um terço da exposição da adversária no horário eleitoral com palanques
regionais fortes, inclusive com o apoio de antigos aliados de Dilma
contrariados com o PT.
O PSDB deve lançar candidaturas
próprias em apenas dois Estados. Na Paraíba, o senador Cássio Cunha Lima espera
conquistar o governo estadual mais uma vez e, em Alagoas, o partido, até o
momento, se fia no poder da máquina para eleger Eduardo Tavares, ex-secretário
do atual governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).
Entretanto, as principais apostas
do tucano na região ocorrem em palanques comandados por partidos aliados de
Dilma nacionalmente. A coordenação da campanha tucana contabiliza apoios em
estados expressivos eleitoralmente como Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí.
Observação do Blog: Em 2010, como pode ser visto no mapa
acima, Dilma Rousseff venceu a eleição com os votos do Nordeste.
Vermelho é Dilma. Azul é Serra. Nas demais regiões, houve equilíbrio,
apesar da surpreendente derrota no Sudeste. Para 2014, espera-se que
Aécio possa abrir 4 milhões de votos no Sudeste. Mesmo assim, precisará
reduzir em pelo menos 3 milhões de votos a diferença no Nordeste. Este é
o jogo. Ganhar de 55% a 45% no Sudeste. Perder de 60% a 40% no
Nordeste. Só assim a vitória virá.
Na Bahia, maior colégio eleitoral
nordestino, uma frente de 18 partidos deve dar um sólido palanque a Aécio
Neves. A chapa deve ser formada por Paulo Souto (DEM), o tucano Joaci Góes na
vice e o ex-ministro de Lula Geddel Vieira Lima (PMDB) como candidato ao
Senado. Embora em 2010 a Bahia tenha garantido à Dilma sua maior liderança no
segundo turno - foram 2,7 milhões de votos a mais do que recebeu Serra - o
afastamento peemedebista, maior aliado no quadro nacional, preocupa a cúpula
petista.
O quadro se repete no Ceará,
terceiro maior eleitorado da região, em que o líder do PMDB no Senado, Eunício
Oliveira, se aliou aos tucanos. A vaga de vice está reservada ao PSDB ou ao
DEM. O peemedebista, líder nas pesquisas de intenção de voto, não deve dar
palanque a Dilma, ocupando-se de trabalhar exclusivamente pela candidatura do
tucano. O distanciamento se deu após a insistência do PT em apoiar um nome
indicado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes (PROS). (Observação do Blog: Em 2010, Dilma abriu 2,3 milhões de votos neste estado.)
Também no Maranhão um aliado do
PT no plano nacional segue com Aécio. O ex-presidente da Embratur Flávio Dino
(PCdoB) abrirá seu palanque para os dois adversários da presidente Dilma
Rousseff: Aécio e Eduardo Campos. Os tucanos acreditam que Aécio terá fôlego no
estado, uma vez que a vaga de vice de Dino deve ser do partido, com o deputado
Carlos Brandão.(Observação do Blog: em 2010, Dilma venceu por uma diferença de 1,7 milhão de votos)
O Piauí não foi citado pela reportagem do Estadão, mas lá também
existe uma coligação forte a favor de Aécio Neves. Em 2010, Serra foi
derrotado por uma diferença de 600 mil votos.
Diferença
Os aliados de Aécio não têm
ilusão de que vão vencer na região, mas consideram fundamental evitar a
diferença de 10 milhões de votos que Dilma teve no Nordeste em 2010. O
coordenador do tucano na região e vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô
(DEM), aposta que o PT não terá mais o "passeio" que ocorreu no
Nordeste teve nos pleitos anteriores. Já o líder do PSDB na Câmara, Antônio
Imbassahy (BA), argumenta que a vantagem petista vai ser reduzida
"substancialmente". "Na Bahia, no Ceará e no Maranhão, eles não
vão repetir o desempenho", avaliou.
Os tucanos também contabilizam
uma boa votação no Nordeste do candidato do PSB, Eduardo Campos, para tirar
votos de Dilma. Na região, o pessebista é atualmente o segundo na preferência
do eleitorado. Em Pernambuco, estado que rendeu a presidente a segunda maior
margem de votos nas eleições passadas, o PSDB fechou um acordo informal com os
pessebistas e deve apoiar Paulo Câmara, apadrinhado de Campos.
"O fato de
votar no Eduardo também ajuda Aécio", resume Imbassahy. (Observação
do Blog: Dilma abriu uma diferença de 2,4 milhões de votos. Se no
segundo turno os votos de Campos migrarem para Aécio existe a
possibilidade da diferença ser reduzida consideravelmente)
POST PUBLICADO ORIGINALMENTE ONTEM, ÀS 22:45
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