sexta-feira, 27 de junho de 2014

Querem fazer da Vila Madalena um Woodstock, e nós não vamos deixar


Cassio Calazans

Cassio Calazans

Especial para o UOL

A Vila Madalena, já há algum tempo, é palco de concentração de pessoas para comemorações de vários tipos. Hoje o que mais preocupa os moradores é a Copa do Mundo, que não é diferente do Carnaval.

O bairro possui comportamento atípico: ruas estreitas, aclives, declives, e muitos moradores resistem no bairro. Quando há uma concentração massiva, de aproximadamente 40 mil pessoas, vira um caos.

Esse tipo de aglomeração não é considerado um evento, então há poucas autoridades prestando atenção ao que ocorre por lá. Como nos anais da política brasileira, esperam acontecer uma desgraça para que tomem providências.

Então vem o desrespeito por parte das pessoas que ficam perambulando pelo bairro. Pancadões a todo vapor, ambulantes ilegais entupindo as ruas do bairro, vendendo todo tipo de bebida alcoólica, drogas à solta.

Pessoas que urinam, defecam e transam ao ar livre, arremesso de rojões em direção às casas e prédios de apartamentos. É o fim da picada.

Querem fazer da Vila Madalena um Woodstock, e nós não vamos deixar. Lutaremos junto às autoridades até o fim.

Um jeito inteligente de se prevenir e diminuir um pouco mais esse impacto negativo é a realização de reuniões entre poder público, associações de bairros, comerciantes e moradores para se traçar uma estratégia.

A Vila Madalena se tornou um ponto turístico não oficial na cidade de São Paulo e é um lugar excelente para se divertir, mas com respeito Cassio Calazans, presidente da Sociedade Amigos da Vila Madalena, sobre a concentração de pessoas no bairro
O primeiro passo seria estipular um horário para a festa acabar, pois não é possível um evento como esse durar tanto, já que a maioria dos jogos do Brasil começam no final da tarde e acabam no início da noite. Não é justo com os moradores, que pagam um dos impostos mais caros da capital, aguentarem pancadões até altas horas da madrugada.


É necessário ter policiamento efetivo full time, antes, durante e depois das partidas. Agir como polícia contra a ilegalidade implantada nesses eventos. Os bares, por lei, fecham à 1h, então não há motivo para tocarem música alta até as 3h ou 4h.


A Vila Madalena se tornou um ponto turístico não oficial da cidade de São Paulo. E isso é bacana, pois a Vila é cultural antes de ser boêmia. Aqui temos teatros, ateliês, artistas plásticos, escola de samba, ótimos bares e restaurantes. É um lugar excelente para se divertir. Mas com respeito.

Boêmia Vila Madalena se transforma em aldeia global com invasão estrangeira


Vila Madalena se transforma em aldeia global com invasão de turistas estrangeiros Paulo Anshowinhas/UOL


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