Presidente comparou cifras de gasto com estádios e verba para educação.
Ela participou neste sábado em São Paulo de festival da juventude do PT.
A presidente Dilma Rousseff discursa durante o Festival de Política, Arte e Cultura da Juventude do PT, em São Paulo
A crítica aos gastos com estádios da Copa é uma das principais palavras de ordem de manifestantes nos atos de protesto contra a competição em várias partes do país.
Dilma fez uma comparação do orçamento da educação com o gasto em estádios.
Segundo ela, no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o orçamento da educação era de R$ 18 bilhões e, atualmente, é de R$ 112 bilhões. "Todos os estádios vão ficar em R$ 8 bilhões", afirmou a presidente
"Então, é um absurdo dizer que o dinheiro dos estádios compromete a educação no Brasil", declarou Dilma para a plateia de militantes do Festival de Política, Arte e Cultura da Juventude do PT.
Segundo ela, a quantia aplicada em estádios é "dinheiro de financiamento". "Vão ter de pagar banco, e banco, vocês sabem, não dá moleza. Financiaram os estádios e vão cobrar", afirmou. Parte do financiamento para a construção e reforma de estádios para a Copa é de um banco público, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Cartaz pede para substituir Copa por educação e
saúde durante manifestação no ano passado em Belo
Horizonte
saúde durante manifestação no ano passado em Belo
Horizonte
Aeroportos
A presidente voltou a reafirmar, como em outras ocasiões, que a construção e a ampliação de aeroportos no Brasil não se deu em razão da Copa, mas que o país aproveitou a oportunidade e que os aeroportos ficarão para os brasileiros.
"Falam que a gente fez aeroporto para a Copa. Nós fizemos aeroporto porque tem de fazer aeroporto. Antes, o povo brasileiro não podia chegar na porta do aeroporto. Hoje, não só chega como anda de avião", declarou.
Racismo
Dilma também disse que a Copa do Mundo será pela paz e contra o racismo que, na avaliação da presidente, tem se expressado de forma “revoltante" no esporte.
“Por isso que nós definimos qual era o tema principal da Copa do Mundo. Nós definimos que o tema principal da Copa tinha de ser a paz, mas tinha de ser também a luta contra o racismo. Até porque ele tem se expressado de uma forma revoltante no futebol com nossos atletas”, disse.
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Reeleição
Durante o evento, enquanto o presidente do PT, Rui Falcão, discursava, a plateia entoou grito de que “Vai ter Copa, vai ter tudo! Só não vai ter segundo turno”.
Em seguida, Falcão afirmou que o PT precisa se preparar para a vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro, seja no primeiro ou no segundo turno.
“É bonita a nossa palavra de ordem de que não haverá segundo turno, mas nós temos que nos preparar para a vitória, seja no primeiro, seja no segundo turno. Porque se trabalharmos apenas com a dimensão da vitória no primeiro e chegar o segundo, criará um desânimo. E nós temos que nos preparar é para ganhar a eleição”, disse.
A uma plateia formada por jovens, Falcão afirmou ainda que é preciso “quebrar a desilusão” dos jovens com a política e que os militantes do PT precisam se dedicar “inteiramente” à campanha de Dilma.
Além de Dilma, participaram do evento da juventude petista o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), os prefeitos Fernando Haddad (São Paulo) e Sebastião Almeida (Guarulhos), o presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), o ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo paulista e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Copa do Mundo Brasil 2014
Normalmente, numa Copa do Mundo de
Futebol as atenções estão voltadas ao país sede como aconteceu na última
na África do Sul, como também da França, Estados Unidos e assim por
diante. Quando da escolha do país, a disputa é acirrada e se torna um
evento histórico. Escolhida a sede, os preparativos são exaustivos.
Não
há necessidade de muitos estádios de futebol, sendo que o ideal são
oito, mas o Brasil quis impressionar o mundo com doze, em doze capitais
de Estado. Uns quantos poderiam ser apenas reformados, mas construíram
todos novos, suntuosos e impecáveis, a custos astronômicos.
O detalhe é que o evento é privado, cujas empresas envolvidas visam
lucro, como aconteceu nas copas anteriores, tudo foi bancado pela
iniciativa privada, mas não aqui no Brasil. O governo brasileiro usou e
ainda está usando dinheiro do contribuinte, de modo que foram deixadas
de lado prioridades vitais ao Brasil, que afetaram terrivelmente o povo
brasileiro na Saúde, Educação, Segurança Pública, Rodovias, Ferrovias,
Portos e Aeroportos, Saneamento Básico, por exemplo. Esse dinheiro foi
drenado desses setores para a construção dos estádios e do entorno.
Os custos, até a presente data, ultrapassam os valores gastos nas
últimas três Copas do Mundo. O Brasil é o país do futebol. Aqui se
respira futebol e futebol é um complemento do dia a dia e o Brasil
inteiro festejou quando foi anunciado que a Copa do Mundo de 2014 seria
aqui.
Deveria ser bancada pela iniciativa privada, mas não foi. O Governo
Federal quis mostrar ao mundo que poderia bancar todo o evento, sabe-se
lá com que intenções. Ao longo dos anos, o povo brasileiro foi sentindo
que algo estava errado, pois os hospitais foram sucateados, com gente
morrendo nas portas dos mesmos e nos Pronto Atendimento. Não existem
condições normais de trabalho, sem a devida infra estrutura (faltam
macas, leitos, UTIs, medicamentos, etc.).
As rodovias brasileiras foram
literalmente abandonadas e as mortes foram acontecendo aos milhares,
assim como milhares de assassinatos nas ruas, em residências, nas lojas,
postos de gasolina, em supermercados, etc e etc. A insegurança
tornou-se geral e a bandidagem reina absoluta pelo país, levando-se em
conta que a impunidade e as leis vigentes e ultrapassadas têm
contribuído consideravelmente para que isso acontecesse como também se
agigantou o tráfico de drogas e armas, permitindo que os roubos,
assaltos e assassinatos aumentassem de maneira assustadora. Ninguém é
responsabilizado.
Os brasileiros não são contra a Copa do Mundo, mas é totalmente contra o
descaso do Governo Federal para com o povo, priorizando a Copa e
desperdício de dinheiro público, em detrimento de setores vitais, de
modo que o descontentamento é geral e isso, na realidade é preocupante, a
ponto de haver protestos contra a Copa explodindo pelo país, gerando
intranqüilidade e insegurança, pois pessoas estão morrendo todos os
dias, seja nas rodovias, falta de atendimento médico hospitalar e
assassinatos em plena luz do dia.
Pior, o governo não se sensibiliza com
sua gente, muito menos toma as devidas providências. Por exemplo, nas
farmácias populares, bancadas pelos Estados e pelos Municípios faltam
medicamentos gratuitos para nossa gente, e muitos desses medicamentos
são de uso contínuo, sob risco de morte.
Nas passeatas pacíficas, onde milhares de pessoas buscam seus direitos, vândalos se infiltram e fazem um quebra-quebra geral (lojas, bancos, queima de ônibus) desestimulando as mesmas. Nota-se a insatisfação no semblante dos brasileiros ante o caos instalado e isso não é nada bom para o maior evento futebolístico do mundo, pois todos deveriam estar contentes e eufóricos, mas a realidade é bem outra. Pode trazer conseqüências danosas ao evento, com a polícia e forças militares intervindo com extrema violência e mortes podem acontecer aos milhares, o que seria um desastre sem precedentes na história das Copas do Mundo. Nós não queremos isso, somos amantes do futebol e da paz, mas para tudo existe um limite. Estamos vivendo esse limite.
Não queremos, sob hipótese alguma, que isso venha a acontecer, mas é
possível que aconteça, pois o Governo Federal errou, de maneira
proposital, ao priorizar o evento com dinheiro público ao invés de
deixar para a iniciativa privada que agradece pela “gentileza”, pois não
terão nenhum gasto, mas tão somente lucros fantásticos. Por exemplo, a
FIFA prevê um faturamento de 4,5 bilhões de reais, isso sem contar
empresas privadas nacionais e estrangeiras.
Dadas às circunstâncias atuais e opinião de dezenas de milhares de
pessoas, para o Brasil seria bem melhor que não ganhasse a Copa e isso é
dito com o coração sangrando, pois não podemos viver de euforia em meio
ao caos instalado. Temos que cair na realidade, arregaçar as mangas e
tocar em frente. Temos um Brasil para reconstruir!
(*) ORLANDO SABKA é morador em Rondonópolis – e-mail: osabka@terra.com.br
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