terça-feira, 17 de junho de 2014

Jogo do Brasil e feriado prolongado diminuem ritmo da CPI da Petrobras




Há 379 requerimentos na pauta, mas votação dependerá de presença.


Gerente de engenharia da estatal falará sobre superfaturamento no Senado.



Do G1, em Brasília


CPI mista da Petrobras ouve depoimento de Graça Foster, na última quarta (11) (Foto: Pedro França/Agência Senado) 
CPI mista da Petrobras ouve depoimento de Graça Foster, na última quarta (11) 
As duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que apuram irregularidades na Petrobras deverão ter ritmo reduzido nesta semana devido ao jogo da Seleção Brasileira pela Copa do Mundo, na terça-feira (17), e ao feriado prolongado de Corpus Christi, na quinta-feira (19).

As duas comissões – uma composta exclusivamente por senadores e outra mista, também com deputados – têm se reunido nas terças e quintas, mas esta semana vão funcionar apenas quarta-feira. Pela manhã, a CPI do Senado vai ouvir o gerente de Engenharia de Custos da Petrobras, Alexandre Rabello. À tarde, CPI mista fará sessão deliberativa para tentar aprovar centenas de requerimentos que estão em pauta.

A aprovação dos requerimentos, porém, vai depender de quórum. Dos 32 parlamentares que compõe a CPMI, serão necessários 17 para dar início à votação dos 379 itens, entre eles, dois que pedem a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff, ambos presos pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato.

Estamos trabalhando, eu não posso é deixar de marcar as reuniões"
Vital do Rêgo (PMDB-PB),presidente da CPMI da Petrobras
De acordo com o presidente, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a CPI mista votou 200 requerimentos desde sua instalação, em 28 de maio. O peemdebista, responsável pela convocação das reuniões, disse que a lista de presença nesta semana deverá ser baixa. 

"Estamos trabalhando, eu não posso é deixar de marcar as reuniões", afirmou.

O deputado Julio Delgado (PSB-MG), integrante da CPI, disse que o governo está tentando "empurrar" os trabalhos do colegiado para depois do recesso parlamentar de julho. 

"Esta semana tem jogo do Brasil, quinta é feriado, semana que vem também tem jogo, é uma tentativa de tentar empurrar isso pra depois do recesso", afirmou.

O líder da bancada do Solidariedade na Câmara, deputado Fernando Francischini (PR), culpou o governo por a Comissão Parlamentar de Inquérito estar "indo de mal a pior", segundo afirmou.


A oposição também criticou a atuação do relator, deputado Marco Maia (PT-RS), na última sessão da CPMI, quando o petista usou mais de duas horas para fazer 139 perguntas à presidente da Petrobras, Graça Foster. 

Para o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), essa é uma "estratégia" do governo para "esvaziar a CPI e não investigar absolutamente nada".

"O governo resolveu usar um trator na CPI, mais de duas horas fazendo perguntas ao extremo, fazendo jogo de impedir investigação", declarou o Francischini.

A reportagem tentou entrar em contato com Marco Maia, mas não teve resposta.

CPI do Senado
 
Ao contrário da sessão da CPI mista, que será deliberativa, a reunião da comissão no Senado não dependerá da presença da maioria dos integrantes para cumprir a pauta desta quarta. Está marcado para 10h15 o depoimento do gerente de Engenharia de Custos da Petrobras, Alexandre Rabello.


A CPI no Senado tem sido boicotada pela oposição, que prioriza o colegiado misto. As sessões, por isso, são frequentadas por poucos senadores governistas.

Rabello deverá falar sobre suspeitas de superfaturamento na construção de refinarias pela Petrobras, entre elas a de Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo com a investigação da Polícia Federal na operação Lava Jato, R$ 400 milhões foram desviados na obra, que é considerada superfaturada pelo Tribunal de Contas da União.


O esquema de desvio teria sido coordenado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, segundo a Polícia Federal. Ele é considerado um dos chefes da quadrilha responsável por movimentar mais de R$ 10 bilhões em operações de lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, o ex-diretor ajudou empresas de fachada mantidas por Youssef a fechar contratos com a estatal.


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