sexta-feira, 14 de março de 2014

Beltrame admite: “Temos problemas de guerra no Rio”

14/03/2014
às 15:05



No dia em que foi anunciada a morte de mais um policial militar na área de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, afirmou que o Rio de Janeiro tem “problemas de guerra”. 

E, apesar de estar no cargo há sete anos, disse que isso acontece “porque assim deixaram”. 

Beltrame discursou nesta sexta-feira durante a formação de 470 agentes, na Zona Oeste da capital, e pediu que os recém-formados não desistam de lutar.

“Temos problemas de guerra no Rio de Janeiro, porque assim deixaram. Temos dificuldades, mas elas são os desafios. Sem segurança pública não prospera. Vocês estão em um estado onde a segurança pública é prioridade. Não há mais espaço para os parlamentares que comandam a nossa vida chegarem a um púlpito e não falar de segurança pública. O que vocês fazem na rua é garantir o direito democrático”, declarou.

Durante a cerimônia, Beltrame lamentou a morte do tenente Leidson Acácio Alves Silva, subcomandante da UPP Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão. 

Ele foi morto por bandidos com um tiro na cabeça, no fim da noite de quinta-feira, quando traficantes fizeram quatro ataques simultâneos a PMs em pontos diferentes da região. 

Momentos depois, um perfil no Facebook comemorou a crueldade, publicando uma foto do local, com as manchas de sangue no chão.

Bope

Em entrevista ao RJTV nesta sexta, o comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel José Luís Castro Menezes, informou que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) fará plantão no Alemão durante 24 horas, “enquanto for necessário”. 

A partir de sábado, a companhia de instrsução do Bope – grupamento que promove treinamento específico em ações táticas – com mais cem agentes vai auxiliar no policiamento e aprimorar a preparação dos policiais da UPP, de acordo com ele. Beltrame confirmou a operação e comentou a sequência de ataques às UPPs.

“Existem duas possibilidades (para as mortes). As situações de confronto, que são inevitáveis. E pessoas que ficam de tocaia, porque a estrutura urbana facilita isso, esperando o policial para fazer de maneira covarde e criminosa essas ações. 

O que estamos fazendo é levar a companhia de instrução do Bope ao Alemão. E estamos começando a partir de hoje à tarde uma série de operações em áreas que têm ligações diretas ou indiretas com o (tráfico do) Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro”, afirmou.

Por Reinaldo Azevedo

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