Governo conclui orientações para implantação de novo bairro do DF O novo endereço irá ficar às margens da rodovia DF-140, entre São Sebastião e Santa Maria
Publicação: 14/03/2014 06:00 Atualização:
Condomínio do bairro Tororó fica na mesma região onde surgirá o último espaço urbano do DF. Empresários preveem que o plano de ocupação será levado ao governo no segundo semestre |
Depois de meses de reuniões e análises técnicas, a Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano (Sedhab) concluiu o processo que institui diretrizes para a criação do último grande bairro no Distrito Federal.
O documento será publicado nos próximos dias no Diário Oficial
do DF.
O terreno de 17 mil hectares fica na DF-140, entre São Sebastião e
Santa Maria.
A longo prazo, a estimativa é de que a população da nova cidade chegue a 900 mil pessoas.
A longo prazo, a estimativa é de que a população da nova cidade chegue a 900 mil pessoas.
A quantidade de habitantes, então, será
demograficamente maior do que 13 capitais brasileiras, entre elas João
Pessoa, Florianópolis, Macapá e Campo Grande.
O número também supera a
soma de moradores de três regiões do DF — Brasília, Ceilândia e
Taguatinga, que, juntas, totalizam 811 mil indivíduos.
O secretário de Habitação, Geraldo Magela, explica que a criação das diretrizes é uma ferramenta para evitar a ação de grileiros e invasões.
O secretário de Habitação, Geraldo Magela, explica que a criação das diretrizes é uma ferramenta para evitar a ação de grileiros e invasões.
“Foi quase um ano de idas, vindas, debates e análises. Estamos retomando
o papel de planejador do Estado. Ao longo dos anos, não havia isso, e o
que vimos foi a proliferação da ocupação ilegal. Essa é a última grande
área de ocupação do DF.”
A proposta, segundo o secretário, permite a
ocupação plena da área e autoriza os empresários erguerem prédios de
seis a 15 andares.
“Mas as diretrizes determinam que a região tenha
moradia, emprego, educação e lazer. Trabalhamos com o conceito de que é
preciso morar, trabalhar, estudar e se divertir no mesmo lugar.”
Propostas
Propostas
Com o processo concluído na Sedhab, a próxima etapa para que a nova cidade saia do papel dependerá dos empresários, que deverão elaborar o plano de ocupação.
O terreno na DF-140 é dividido entre pequenos, médios
e grandes empresários.
A Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) é
dona de 20% da região (3,4 mil hectares).
Ainda não há previsão de início das obras.
Governo e iniciativa privada trabalham há mais de cinco anos no projeto e faltam muitas etapas até as construções começarem.
Ainda não há previsão de início das obras.
Governo e iniciativa privada trabalham há mais de cinco anos no projeto e faltam muitas etapas até as construções começarem.
Cada empresa privada deverá, seguindo as
diretrizes do governo, fazer um plano de ocupação, que precisar ser
aprovado por diversos órgãos governamentais.
“Vencida essa etapa, ainda
passaremos por análises de meio ambiente, relatórios de impacto
ambiental, entre outros.Estamos tendo a oportunidade de trabalhar
juntos, abrindo o projeto que cada um está pensando, para procurar
integração no sistema viário e evitar que as áreas não sejam
conflitantes”, explicou José Luís Wey, diretor de Projetos Especiais da
Via Engenharia, uma das empresas participante do projeto.
COMENTÁRIOS
Prezado (a) Senhor (a)
Durante anos fiz parte de um grupo de cidadãos que, munidos de conhecimentos científicos e técnicos, tentou, de todas as formas, demonstrar que a ocupação urbana espraiada por todo o território do Distrito Federal é uma temeridade, por questões ambientais, econômicas e sociais. Sem contar que vai na direção contrária dos preceitos de cidades sustentáveis. O fato é simples, um governo sério e responsável não expande uma área urbana, quando nem ao menos conseguiu ocupar as que existem, dando dignidade, inclusive, para as pessoas que vivem nas chamadas "franjas urbanas". Desde as discussões do PDOT, em 1992, mostramos que a ocupação na parte sul do DF iria comprometer áreas de importância estratégicas para a biodiversidade do DF, com destaque para a Reserva Ecológica do IBGE, Estações Ecológicas da UnB e jardim Botânico de Brasília. Essas áreas fazem parte da Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da UNESCO, e dependem de corredores ecológicos para manter a quantidade e qualidade de sua biodiversidade. Cabe lembrar que ambas ( Reserva da Biosfera e corredores ecológicos) fazem parte de compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro. Logo, pelo Governo do Distrito Federal. A Sustentabilidade não pode ser apenas retórica de governos. O seu principal pilar é a harmonia entre desenvolvimento, conservação/preservação da biodiversidade e redução das desigualdades sociais. Fico extremamente triste ao ver a notícia abaixo, pois sinto que nossos esforços, ao longo de anos, de nada valeram. Além das pesquisas da EMBRAPA, de trinta anos, que estão ameaçadas por loteamentos do governo, iremos perder, também, pesquisas de mais de 50 anos do bioma Cerrado, que existem dentro daquelas Unidades de Conservação. Ganha a especulação imobiliária, o lucro fácil. Perde-se o conhecimento, a biodiversidade e a função social da propriedade. Uma tristeza para aqueles, que como eu, ainda acreditam em um outro futuro para o Distrito Federal.
Monica Verissimo
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