Em São Paulo
Cavalo descansa em local que costuma ser banhado pelo rio Paraíba do Sul, que enfrenta seca no Rio de Janeiro
Relatório finalizado em março pelo Operador Nacional do Sistema
Elétrico (ONS) mostra que a Bacia do Rio Paraíba do Sul, de onde o
governo de São Paulo pretende transpor água para o Sistema Cantareira,
também atravessa uma crise de estiagem que pode deixá-la com apenas 1,8%
da capacidade já em novembro. O nível seria o mais baixo da história
dos reservatórios que abastecem a região do Vale do Paraíba e 80% do
Estado do Rio.
O cenário é resultado de uma simulação feita pelo
ONS com base na pior seca já registrada na região, em 1955, e na vazão
de 190 mil litros por segundo que podem ser bombeados hoje na usina
elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, para a geração de
energia pela Light e para o abastecimento do Rio. Desta forma, a bacia
entraria em colapso em oito meses, segundo o relatório de condições
hidrológicas e de armazenamento ao qual o jornal O Estado de S.Paulo
teve acesso.
"Por sua posição estratégica para a segurança do
abastecimento da Região Metropolitana do Rio, a Bacia do Rio Paraíba do
Sul merece uma especial atenção no que tange à gestão de recursos
hídricos", aponta o ONS, órgão responsável pelo controle da operação da
geração e transmissão de energia elétrica do País. Mesmo com a redução
das vazões, que poderia afetar o abastecimento no Rio, as simulações
mostram cenários alarmantes, com o volume dos reservatórios entre 6,6% e
13,7% em novembro.
Segundo o documento, as quatro represas que formam a Bacia do Paraíba
do Sul estavam com 40,7% da capacidade no fim de março, um dos mais
baixos dos últimos anos. O recorde negativo foi registrado em novembro
de 2003, quando os reservatórios tinham apenas 14,2% da capacidade.
Um
dos reservatórios da bacia é o Jaguari, em Igaratá, no Vale do Paraíba. É
dele que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer transpor água para o
Cantareira.
Nesta quarta-feira (2), o nível do principal
manancial paulista, que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de
Campinas, caiu novamente, atingindo 13,3% da capacidade, o mais baixo já
registrado.
Segundo estimativa da Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp), revelada pelo Estado, o volume útil do
Cantareira pode se esgotar já no dia 21 de junho. A partir daí, a
empresa terá de captar água do chamado "volume morto", reserva que fica
abaixo do nível das comportas, para evitar o racionamento de água
generalizado.
Entre
2009 e 2013, São Paulo viveu a situação contrária, com chuvas até 30%
acima da média. Atualmente, o nível do Sistema Cantareira chegou a 14,6%
Leia mais Reuters
Leia mais Reuters
Nenhum comentário:
Postar um comentário