quinta-feira, 3 de abril de 2014
A Polícia Federal decidiu abrir o terceiro inquérito sobre a Petrobras, dessa vez para investigar a venda de uma refinaria na Argentina, colocando sob suspeita mais um negócio da estatal. A polícia vai apurar se houve o crime de evasão de divisas na venda da refinaria de San Lorenzo para o grupo argentino Oil Combustibles S.A., do megaempresário Cristóbal Lopez, amigo da presidente Cristina Kirchner.
Neste ano, a PF já abriu
inquéritos para investigar outros dois negócios da estatal fora do país. Um
deles é a compra de uma refinaria em Pasadena (EUA), que pode ter provocado
prejuízo milionário à Petrobras. O outro apura suspeita de pagamento de propina
por uma fornecedora holandesa da estatal.
A Petrobras está no centro de uma
crise política desde o mês passado, quando a presidente Dilma Rousseff admitiu
ter autorizado a compra de Pasadena, em 2006, com base num documento
"tecnicamente falho", o que levou o Congresso a discutir a abertura
de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso.
PREJUÍZO
Além da PF, o TCU (Tribunal de
Contas da União) e o Ministério Público investigam a compra dessa refinaria. No caso da refinaria de San
Lorenzo, além de apurar a suspeita de evasão de divisas, a PF pretende se
debruçar sobre os termos da negociação, que também pode ter provocado prejuízo
à estatal. O negócio todo, que incluiu a
refinaria, os estoques, postos de gasolina e outros produtos, foi aprovado por
um total de US$ 110 milhões, de acordo com nota da Petrobras de maio de 2010.
Segundo a Folha apurou, o grupo
argentino estava disposto a pagar, em outubro de 2009, até US$ 50 milhões
apenas pelos ativos da refinaria (sem levar em conta estoques e outros
produtos), localizada na província de Santa Fé. Sete meses depois, a Petrobras
anunciou ter vendido os ativos da San Lorenzo por US$ 36 milhões, valor 28%
menor que o teto estabelecido internamente pelos argentinos. Procurada, a
estatal não quis comentar o caso.
Os investigadores também
pretendem refazer o caminho do dinheiro pago à Petrobras, identificando quem
são os representantes da estatal e do grupo argentino, bem como os
intermediários que participaram da negociação. O ponto de partida da PF deve ser
o contrato firmado entre um intermediário do grupo argentino e um escritório de
advocacia brasileiro, representado pelo baiano Sérgio Tourinho Dantas. A participação do escritório
brasileiro na primeira fase do negócio com a Petrobras foi revelada pela
revista "Época" no ano passado.
REPASSES
A missão do advogado era
convencer a estatal a fechar o negócio pelo menor preço. Pelo contrato, se a
Petrobras topasse vender os ativos por até US$ 45 milhões, o escritório
receberia US$ 10 milhões como "taxa de sucesso". Se chegasse a US$ 50
milhões, o prêmio seria de US$ 8 milhões.
A assessoria do escritório
brasileiro informou à reportagem que o contrato com os argentinos foi
rescindido meses antes da venda da refinaria, quando o cliente informou que
parte do dinheiro pago pelo serviço prestado teria que ser repassado também a
"terceiros". Não informou, contudo, quem receberia esses valores. A
Folha não conseguiu falar com Sérgio Tourinho sobre o contrato.
(Folha de São Paulo)
(Folha de São Paulo)
3 comentários:
- As duas haviam recém pintado as unhas e tinham de cuidar para não estragá-las.
- Sigam o caminho do dinheiro e me digam que o CHEFE não está lá, atravessado...
-
Cel.
Como brasileiro é bonzinho, né?? Nos EUA, compra por mais do que vale; na Argentina, vende por menos.
Como a Petrobras vendeu por US$ 36 milhões, vai saber quanto a operação rendeu de "taxa de sucesso". Uma incógnita!
Como diz RA, "a cada enxadada, uma minhoca"
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