Renan Bortoletto
renan.bortoletto@jornaldebrasilia.com.br
Depois de se entregar à polícia na noite de terça-feira, na companhia de dois advogados, o padrasto do pequeno Miguel Estrêla – morto violentamente enquanto a mãe estava fora de casa – teria confessado ontem, em conversa com a ex- companheira, que “o satanás entrou na sua mente e o fez perder a cabeça”. Instruído por advogados, o professor de artes marciais Daryell Dickson Menezes Xavier, 25 anos, afirmou que só falaria em juízo.
Ele será indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil sem direito de defesa e estupro de vulnerável. Se condenado, a pena do lutador pode chegar a 30 anos.
A mãe do menino que completaria dois anos na próxima sexta-feira conseguiu um momento frente a frente com o suspeito. Neste instante, ele teria confessado as agressões e dito que “mais adiante, ela e a família iriam entender tudo”.
Quando Daryell chegou à 38ª DP (Vicente Pires) para prestar depoimento por volta das 14h de ontem, cerca de 30 pessoas, entre familiares e amigos, protestaram pedindo a condenação do rapaz.
A avó de Miguel, Márcia Valéria Baptista, 44, era uma das mais revoltadas. “É um covarde, teve uma atitude inexplicável. Entrou e saiu sem falar nada, isso prova a culpa dele. Acho que não estou nem 20% satisfeita mesmo com a prisão dele. Queremos que ele pague, e pague caro”, declarou a avó, que adiantou que organizará um manifesto amanhã, em frente ao Instituto Médico Legal (IML), pedindo agilidade na conclusão do laudo que provará se houve ou não abuso sexual.
Agressões antigas
A delegada responsável pelo caso, Tânia Dias Soares, disse não ter dúvidas de que ele é o culpado. “Essa conversa entre a mãe e o acusado foi testemunhada por nós, e não temos dúvida de que ele provocou o traumatismo craniano no Miguel”, admitiu. A delegada disse ainda que peritos colheram sangue do acusado para fazer exames que possam comprovar se Xavier estava sob efeito de drogas. Ele já foi condenado a quatro anos de prisão por associação ao tráfico, mas cumpriu a pena em liberdade.
“O que chamou a atenção foram as múltiplas lesões no crânio da criança. O laudo trabalha com a hipótese de que estas agressões possam ter sido iniciadas muito tempo antes do que o próprio crime cometido no final de semana. Por ser lutador de artes marciais, ele sabia como golpear para machucar e até mesmo encobrir essas lesões”, acrescentou a delegada.
renan.bortoletto@jornaldebrasilia.com.br
Depois de se entregar à polícia na noite de terça-feira, na companhia de dois advogados, o padrasto do pequeno Miguel Estrêla – morto violentamente enquanto a mãe estava fora de casa – teria confessado ontem, em conversa com a ex- companheira, que “o satanás entrou na sua mente e o fez perder a cabeça”. Instruído por advogados, o professor de artes marciais Daryell Dickson Menezes Xavier, 25 anos, afirmou que só falaria em juízo.
Ele será indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil sem direito de defesa e estupro de vulnerável. Se condenado, a pena do lutador pode chegar a 30 anos.
A mãe do menino que completaria dois anos na próxima sexta-feira conseguiu um momento frente a frente com o suspeito. Neste instante, ele teria confessado as agressões e dito que “mais adiante, ela e a família iriam entender tudo”.
Quando Daryell chegou à 38ª DP (Vicente Pires) para prestar depoimento por volta das 14h de ontem, cerca de 30 pessoas, entre familiares e amigos, protestaram pedindo a condenação do rapaz.
A avó de Miguel, Márcia Valéria Baptista, 44, era uma das mais revoltadas. “É um covarde, teve uma atitude inexplicável. Entrou e saiu sem falar nada, isso prova a culpa dele. Acho que não estou nem 20% satisfeita mesmo com a prisão dele. Queremos que ele pague, e pague caro”, declarou a avó, que adiantou que organizará um manifesto amanhã, em frente ao Instituto Médico Legal (IML), pedindo agilidade na conclusão do laudo que provará se houve ou não abuso sexual.
Agressões antigas
A delegada responsável pelo caso, Tânia Dias Soares, disse não ter dúvidas de que ele é o culpado. “Essa conversa entre a mãe e o acusado foi testemunhada por nós, e não temos dúvida de que ele provocou o traumatismo craniano no Miguel”, admitiu. A delegada disse ainda que peritos colheram sangue do acusado para fazer exames que possam comprovar se Xavier estava sob efeito de drogas. Ele já foi condenado a quatro anos de prisão por associação ao tráfico, mas cumpriu a pena em liberdade.
“O que chamou a atenção foram as múltiplas lesões no crânio da criança. O laudo trabalha com a hipótese de que estas agressões possam ter sido iniciadas muito tempo antes do que o próprio crime cometido no final de semana. Por ser lutador de artes marciais, ele sabia como golpear para machucar e até mesmo encobrir essas lesões”, acrescentou a delegada.
Descoberta do delito
Quando foi ouvido pela primeira vez pela polícia, Xavier disse que o
menino teria caído próximo à porta do quarto do casal. Depois, teria
dito que a lesão podia ter acontecido na escola onde Miguel estudava.
A polícia também pediu exames de corpo e delito do filho do lutador
de quatro anos, que morava com o casal. Existe a possibilidade de que
ele também tenha sido agredido.
Sumiço
O pequeno Miguel morreu às 8h do último sábado. A suspeita de que o
namorado poderia ter sido o assassino da criança foi levantada pela
própria avó, após conversa com as enfermeiras e médicos que cuidavam de
Miguel. “Uma médica perguntou para minha filha e para mim quem costumava
limpar as necessidades da criança. Respondemos que a mãe, e foi então
que ela revelou que havia uma fissura anal”, contou a avó.
Mesmo assim, Daryell passou a noite com a ex-namorada e a avó da
criança no hospital, prestando apoio e consolando a família. No dia
seguinte, ninguém mais teve notícias do lutador.
“Eu o repudio!”
Nas redes sociais, a mãe de Miguel desabafou novamente quando soube
que Xavier tinha sido preso: “Agora nesse momento eu abro minha boca a
todos. Não amenizei minha dor, mas comecei a fazer justiça à minha
própria paz, ao meu próprio coração. Eu o repudio!”
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
Padrasto é suspeito de matar menino
Criança sofreu traumatismo craniano. A hipótese é de que o garoto teria sido espancado pelo rapaz
Estela Monteiro
estela.monteiro@jornaldebrasilia.com.br
estela.monteiro@jornaldebrasilia.com.br
A
Polícia Civil expediu mandado de prisão temporária contra Dyrell Dicson
Menezes Xavier, 25 anos. O rapaz, professor de artes marciais, é
suspeito de matar o enteado Miguel Estrela Massena, de um ano e 11
meses. O crime ocorreu na última quinta-feira (27), em Vicente Pires.
De acordo com a polícia, a
mãe do menino, Gabrielli Baptista Estrela, 23 anos, deixou ele com o
padrasto e o meio-irmão de 4 anos - filho de Dyrell – e saiu.
Cerca de
40 minutos depois, ela recebeu uma ligação do marido.
Segundo ele, a
criança teria caído e estava desacordada.
Miguel foi levado para o
Hospital Anchieta, em Taguatinga, com convulsões. Lá, a equipe médica
identificou um traumatismo craniano e acionou a polícia.
Um laudo
preliminar apontou que a lesão foi causada por uma ação contundente, o
que indica que o garoto teria sofrido uma agressão externa. Na manhã de
sábado (29), o garoto faleceu após uma parada respiratória.
O casal prestou
depoimento na 38ª Delegacia de Polícia na sexta-feira (28). De acordo
com a delegada Tânia Dias Soares, a hipótese de queda foi descartada,
tanto pelo laudo, tanto pelos depoimentos de testemunhas.
Ela explica
que o garoto não apresentava lesões visíveis, mas o laudo apontava
traumatismo craniano grave. “Uma lesão muito grave e que não deixou
vestígios. O exame indica que o causador do trauma seria um fator
externo, por uma força extrema”, afirma a delegada.
Durante o depoimento, o
padrasto do garoto reforçou várias vezes a hipótese de queda e afirmou
que “manteria a sua versão até o fim”. Foi quando a polícia suspeitou de
que havia algo errado.
Segundo ela, Dyrell em nenhum momento foi
acusado de ter batido no garoto, mas mesmo assim, negava que isto
tivesse ocorrido. Além disso, um familiar da vítima teria afirmado que o
garoto ultimamente rejeitava o padrasto. “Ela disse que teve que ficar
com a criança, três dias antes do ocorrido, porque ela não queria voltar
para casa”, conta a delegada.
O filho de Dyrell, de 4
anos, foi encaminhado para perícia. O exame constatou algumas lesões
pelo corpo do garoto. O menino teria contado a mãe que sofreu agressões
por parte do pai. Ele será ouvido, pela delegacia especializada, como
testemunha do crime.
Abuso sexual
O laudo preliminar do
Instituto Médico Legal indicou também uma fissura anal, mas não indicou a
causa da lesão. A delegada Tânia Dias afirma que ainda é cedo para
considerar um suposto abuso sexual. “Esta lesão pode ter sido causada
por qualquer coisa. Até mesmo uma prisão intestinal. É preciso aguardar
resultados para afirmar que houve abuso”, explica. O laudo deve ficar
pronto em 15 dias.
Até o momento, Dyrell é
suspeito apenas de ter matado Miguel. “Nós temos todos os indícios de
que houve um homicídio doloso e o padrasto é o principal suspeito”,
afirma a delegada. “Pela natureza da lesão, pela a força que teria sido
aplicada, e até mesmo com uma certa técnica, já que não deixou nenhum
vestígio externo, acreditamos que foi o padastro o autor do crime. Até
porque, ele estava sozinho com a criança”, completa Tânia.
Foragido
Desde a noite de
sexta-feira (28), Dyrell está desaparecido. Ele também não compareceu ao
enterro do enteado, que ocorreu no domingo (30). A delegada afirma que
ele já foi convocado para prestar depoimento novamente, mas que não
compareceu. Os familiares também não sabem do paradeiro do rapaz.
Como a
polícia já expediu mandado de prisão temporária, Dyrell é considerado
foragido. A delegada disse que está preparando também o indiciamento do
rapaz.
Dyrell pode responder por
homicídio doloso, além do suposto abuso sexual. A pena para o crime de
homicídio é de 12 a 30 anos de reclusão.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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