quinta-feira, 3 de abril de 2014
Nada é claro e transparente na Petrobras. Agora explode mais um escândalo: a venda de uma refinaria em San Lorenzo, na Argentina, por uma pechincha, se comparado com a compra da Refinaria Pasadena, nos Estados Unidos. Os número comprovam de forma cabal que a Petrobras compra por preços superfaturados e vende por preços subfaturados. Quem está ganhando com isso? Quem está lucrando com isso? Para onde está indo o dinheiro?
Podem ficar revoltados. A Petrobras pagou U$ 412 milhões por 50%
da refinaria Pasadena, que possuía capacidade para processar 100.000
barris de petróleo por dia. A Petrobras vendeu 100% da refinaria de San
Lorenzo, com capacidade para processar 50.000 barris de petróleo por
dia, por apenas U$ 36 milhões. Leiam, abaixo, o que a Petrobras informou
ao mercado, em 6 de maio de 2010:
"A oferta pelos ativos mencionados foi de
aproximadamente US$ 36 milhões. Além disso, na data de fechamento serão vendidos
à Oil Combustibles os estoques de petróleo e os diferentes produtos por
aproximadamente US$ 74 milhões".
Leiam, abaixo, o que informa o Relatório Contábil da estatal, do ano de 2010.
A conta é simples: a Petrobras já estimava uma perda da ordem de U$ 70 milhões na futura venda. Posteriormente, a venda foi confirmada por U$ 102 milhões no Relatório de 2011. Ver abaixo:
Aí você pergunta: mas não eram U$ 110 milhões? Por que depois de um ano só apareceu U$ 102 milhões na contabilidade? Onde foram parar os outros U$ 8 milhões? Sim, a Petrobras informou em Comunicado ao Mercado que o negócio era "da ordem" de U$ 110 milhões. Mas não indicou o valor final da operação. Fica a pergunta: por que a Petrobras não comunicou o valor correto? É óbvio que ao fazer o Comunicado ela já sabia efetivamente o que receberia pela venda.
E a capacidade de produção, como comprovar que era de 50.000 barris de petróleo por dia, a metade da capacidade de Pasadena? Simples.
Esta foi a informação oficial da Petrobras, dada aos acionistas nos
Relatório de Atividades de 2010 e 2011, conforme abaixo:
Se foram U$ 102 milhões e não U$ 110 milhões, como afirmar que a refinaria foi vendida por apenas e tão somente U$ 36 milhões? Simples! Esta foi a informação dada ao mercado pela Petrobras, na Argentina. E mais! U$ 36 milhões envolveu mais 365 postos de gasolina e uma planta fluvial! Os estoques ou existencias em espanhol saíram por outros U$ 74 milhões, totalizando U$ 110 milhões. Vejam o que informou o jornal El Clarin:
Novamente, o preço dado ao público é U$ 110 milhões e não U$ 102 milhões como informou a Petrobras aos seus acionistas, nos seus relatórios. Onde foram parar os U$ 8 milhões? Terá sido uma propina ou um suborno pago pelo comprador e abatido do valor pago à Petrobras? É isso que deve ser investigado.
Agora, senhores e senhoras, atentai para o valor do negócio! Quanto
vale uma rede de 365 postos de gasolina? Aqui no Brasil, a montagem de
uma franquia de abastecimento de combustível consome, no mínimo, R$ 800
mil. Vamos passar a dólar? Isto daria um valor de U$ 350 mil.
Multipliquemos U$ 350 mil por 365 unidades e teremos U$ 127 milhões de
dólares! Ou seja: a refinaria de San Lorenzo saiu de graça para o
comprador argentino, casualmente um dono de cassino, amigo e protegido
do casal Kirchner.
Em 2013, José Sérgio Gabrielli, quando surgiu a primeira investigação abafada sobre Pasadena, declarou o seguinte ao blogueiro patrocinado pela Petrobras, Paulo Henrique Amorim. Atenção! Vejam abaixo!
Gabrielli está dizendo que é um excelente negócio ter pago o equivalente a U$ 3.800 por barril/dia. Como o ex-presidente da Petrobras vai explicar, então, que vendeu uma refinaria cobrando apenas U$ 640 por barril/dia? Como justificar um preço aviltado, cinco vezes menor? Vamos à prova: U$ 640 x 50.000 barris/dia = U$ 32 milhões!
Se ele vendesse San Lorenzo pelo mesmo preço que comprou Pasadena, o valor deveria ser de U$ 190 milhões, não é mesmo?
A Petrobras está quebrando porque comprou por preços superfaturados e
está vendendo os seus ativos, em negócios suspeitíssimos, por preços
subfaturados. Tem gente ganhando muito dinheiro com isso. E todos nós,
brasileiros, estamos perdendo, a cada dia, um pedaço deste grande
patrimônio brasileiro que é a Petrobras.
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