A pesquisa IstoÉ/Sensus
foi divulgada hoje e comprova a tendência de queda da presidente Dilma
nas intenções de voto. A novidade é que o candidato tucano pela primeira
vez capturou parte dessa queda de forma mais significativa:
No
levantamento realizado com dois mil eleitores entre os dias 22 e 25 de
abril, Dilma (PT) soma 35% das intenções de voto. É seguida pelo senador
mineiro Aécio Neves (PSDB), com 23,7%, e pelo ex-governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 11%. Juntos, Aécio e Campos têm
34,7% dos votos, praticamente a mesma votação de Dilma (diferença de
0,3%). Como a pesquisa tem uma margem de erro de 2,2%, se a eleição
fosse hoje o futuro presidente seria escolhido no segundo turno numa
disputa entre Dilma e o tucano Aécio Neves.
Para o segundo turno, a diferença entre
Dilma e Aécio já estaria bastante estreita, lembrando que faltam mais de
5 meses para a eleição e que o tucano é bem menos conhecido. Dilma é
conhecida por mais de 95% dos entrevistados, enquanto Aécio apenas por
76%. O ponto mais preocupante para o PT é o elevado nível de rejeição de
Dilma, em 42%. Aécio tem 31%.
A rejeição ganha ainda mais importância
quando vemos a quantidade enorme de indecisos, brancos e nulos. Eis o
grande potencial tanto de Aécio Neves como de Eduardo Campos: conquistar
parte desses votos. O começo da campanha eleitoral pode ajudá-los, à
medida que ficam mais conhecidos e apresentam suas propostas, podendo
seduzir os eleitores insatisfeitos com o governo.
Outro fator de nervosismo para o PT é que
a economia deve piorar até outubro. O crescimento é medíocre, a
inflação continuará alta, mesmo com preços represados, e a sensação de
deterioração do quadro geral será inevitável. Há ainda riscos na
organização da Copa e de racionamento de energia.
Ao que tudo indica, o PT terá sua eleição
mais difícil desde que chegou ao poder. As chances de ser derrotado no
pleito não são desprezíveis, e parecem cada vez maiores. Não é por outro
motivo que o Ibovespa tem ensaiado forte recuperação: os investidores
comemoram a probabilidade maior de troca no comando da economia, o que
seria positivo para o país e para o valor dos ativos, como conseqüência.
O maior desafio da oposição,
especialmente do PSDB, é convencer esse grande número de indecisos ou de
desiludidos que pretendem anular o voto. De minha parte, digo apenas o
seguinte: anular o voto, hoje, significa votar no PT. Eis a realidade
inapelável.
O voto nulo pode dar a paz de espírito de
que o eleitor não se sujou e não votou em nenhum candidato que
considera ruim. Na prática, ele está escolhendo o que está na frente, no
caso o PT. Pergunto: alguém seria indiferente entre um tiro na nuca e
um soco no estômago? Política é a escolha do menos pior. É preciso ser
realista.
Podemos lamentar a ausência de um
candidato “ideal”, mas alguém realmente acha que não faz diferença ter
um Armínio Fraga no comando da economia em vez de um Guido Mantega?
Alguém acha que com o PSDB o Brasil corre o risco de ser a próxima
Venezuela, como claramente ocorre com mais 4 anos de PT?
A máquina estatal foi toda aparelhada, o
PT é unha e carne com a ditadura cubana e o tirano venezuelano, destruiu
o Mercosul, deixou a inflação ficar em patamar muito elevado, acabou
com a credibilidade de nossas instituições e contas públicas, vem
destruindo a Petrobras, e jogou muita porcaria para baixo do tapete,
contratando problemas graves à frente.
Será uma fase de ajuste e tanto a partir
de 2015. Que ao menos haja alternância de poder para desintoxicar a
máquina estatal e para termos gente mais competente na direção do país. A
pesquisa Sensus mostra que há esperança de que isso ocorra. Resta todos
aqueles que não suportam mais o PT no governo arregaçarem as mangas e
trabalharem em prol de um futuro melhor.
Rodrigo Constantino
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