domingo, 4 de maio de 2014

Pesquisa Sensus: Dilma tem 38,6% e Aécio Neves 31,9% no segundo turno

3/05/2014 às 6:42 \



A pesquisa IstoÉ/Sensus foi divulgada hoje e comprova a tendência de queda da presidente Dilma nas intenções de voto. A novidade é que o candidato tucano pela primeira vez capturou parte dessa queda de forma mais significativa:


No levantamento realizado com dois mil eleitores entre os dias 22 e 25 de abril, Dilma (PT) soma 35% das intenções de voto. É seguida pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB), com 23,7%, e pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 11%. Juntos, Aécio e Campos têm 34,7% dos votos, praticamente a mesma votação de Dilma (diferença de 0,3%). Como a pesquisa tem uma margem de erro de 2,2%, se a eleição fosse hoje o futuro presidente seria escolhido no segundo turno numa disputa entre Dilma e o tucano Aécio Neves. 


Para o segundo turno, a diferença entre Dilma e Aécio já estaria bastante estreita, lembrando que faltam mais de 5 meses para a eleição e que o tucano é bem menos conhecido. Dilma é conhecida por mais de 95% dos entrevistados, enquanto Aécio apenas por 76%. O ponto mais preocupante para o PT é o elevado nível de rejeição de Dilma, em 42%. Aécio tem 31%.


Sensus


Segundo turno se a eleição fosse hoje. Fonte: IstoÉ


A rejeição ganha ainda mais importância quando vemos a quantidade enorme de indecisos, brancos e nulos. Eis o grande potencial tanto de Aécio Neves como de Eduardo Campos: conquistar parte desses votos. O começo da campanha eleitoral pode ajudá-los, à medida que ficam mais conhecidos e apresentam suas propostas, podendo seduzir os eleitores insatisfeitos com o governo.


Outro fator de nervosismo para o PT é que a economia deve piorar até outubro. O crescimento é medíocre, a inflação continuará alta, mesmo com preços represados, e a sensação de deterioração do quadro geral será inevitável. Há ainda riscos na organização da Copa e de racionamento de energia.

Ao que tudo indica, o PT terá sua eleição mais difícil desde que chegou ao poder. As chances de ser derrotado no pleito não são desprezíveis, e parecem cada vez maiores. Não é por outro motivo que o Ibovespa tem ensaiado forte recuperação: os investidores comemoram a probabilidade maior de troca no comando da economia, o que seria positivo para o país e para o valor dos ativos, como conseqüência.


O maior desafio da oposição, especialmente do PSDB, é convencer esse grande número de indecisos ou de desiludidos que pretendem anular o voto. De minha parte, digo apenas o seguinte: anular o voto, hoje, significa votar no PT. Eis a realidade inapelável.


O voto nulo pode dar a paz de espírito de que o eleitor não se sujou e não votou em nenhum candidato que considera ruim. Na prática, ele está escolhendo o que está na frente, no caso o PT. Pergunto: alguém seria indiferente entre um tiro na nuca e um soco no estômago? Política é a escolha do menos pior. É preciso ser realista.


Podemos lamentar a ausência de um candidato “ideal”, mas alguém realmente acha que não faz diferença ter um Armínio Fraga no comando da economia em vez de um Guido Mantega? Alguém acha que com o PSDB o Brasil corre o risco de ser a próxima Venezuela, como claramente ocorre com mais 4 anos de PT?


A máquina estatal foi toda aparelhada, o PT é unha e carne com a ditadura cubana e o tirano venezuelano, destruiu o Mercosul, deixou a inflação ficar em patamar muito elevado, acabou com a credibilidade de nossas instituições e contas públicas, vem destruindo a Petrobras, e jogou muita porcaria para baixo do tapete, contratando problemas graves à frente.


Será uma fase de ajuste e tanto a partir de 2015. Que ao menos haja alternância de poder para desintoxicar a máquina estatal e para termos gente mais competente na direção do país. A pesquisa Sensus mostra que há esperança de que isso ocorra. Resta todos aqueles que não suportam mais o PT no governo arregaçarem as mangas e trabalharem em prol de um futuro melhor.


Rodrigo Constantino

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