30 de abril de 2014 • 12h11
Abril chega ao fim com uma péssima notícia para a maior
emissora do País: sua audiência geral continua a cair. Apesar de ter
estreado a nova programação, a Globo não conseguiu reverter a crise de
Ibope. O faturamento sobe a cada ano: foram quase 12 bilhões em 2013.
Porém nada parece ser capaz de impedir a fuga de telespectadores. O
canal tem perdido, em média, 10% de seu público a cada ano.
A teledramaturgia, antes imbatível, vive um momento delicado. As três novelas do horário nobre - Meu Pedacinho de Chão (18h), Além do Horizonte (19h) e Em Família (21h) - registram índices muito inferiores ao ideal. Os números do Jornal Nacional
são igualmente insatisfatórios.
Apresentadores que antes eram sinônimo
de audiência, como Xuxa e Renato Aragão, estão fora do ar. Apesar disso,
a Globo ainda é líder absoluta. Contudo, nunca esteve tão suscetível ao
poder de escolha do telespectador.
Antigamente, ao ligar a TV, sintonizava-se a Globo e,
quase invariavelmente, lá se permanecia. Hoje há opção de bons programas
nos outros canais do sinal aberto — e dezenas de canais pagos, com uma
oferta praticamente inesgotável de atrações nos mais variados estilos. A
mudança de hábito do telespectador e o crescimento da concorrência
tiraram boa parte da hegemonia da Globo.
Mas isso não é um fenômeno exclusivo da televisão
brasileira. Supercanais como a Globo perdem audiência no mundo todo. O
bolo passou a ser dividido em muitas fatias. E o telespectador tem agora
a internet, o smartphone, o tablet. A TV deixou de ser a única fonte de
entretenimento eletrônico. Há outro fator: a rejeição à Globo. Por
questões ideológicas e políticas, a emissora se tornou alvo de
frequentes ataques e suposto boicote.
A
expectativa da cúpula global é reverter - ou pelo menos controlar - o
esvaziamento de Ibope com a transmissão da Copa do Mundo. Os jogos
poderão aumentar o interesse pelos programas esportivos e telejornais da
emissora. Consequentemente, atrações coladas a eles, como as novelas,
têm chance de herdar alguns pontos de audiência. A emissora tem pressa
em evaporar essa nuvem de instabilidade por um motivo especial: a
comemoração de seus 50 anos, em 2015. Se a audiência continuar a cair, o
brilho da festa não será o mesmo.
Especial para Terra
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