Em fevereiro deste ano, escrevi um texto
afirmando que o PT certamente iria propor aumento de impostos. É sua
única ferramenta, pois corte de gastos, o caminho mais racional e melhor
para o país, parece impensável para quem enxerga o estado como um
messias salvador. À época, escrevi:
Não se
enganem: o que o PT deverá fazer é expropriar ainda mais recursos do
povo brasileiro via aumento de impostos. É que pagamos tão pouco, não é
mesmo? O que são quase 40% de tudo que é produzido, quando temos tanto
retorno por parte do estado? O que importa que os demais países
emergentes tenham carga tributária bem menor que a nossa?
Para quem
tem apenas um martelo, tudo se parece com prego. O PT só tem um
instrumento: impostos (incluindo o mais nefasto de todos, o
inflacionário). Portanto, preparem o bolso, porque vem mais mordida do
leão aí…
Pois bem: hoje, há a seguinte notícia
no GLOBO: Ministro da Fazenda já admite a hipótese de elevar os
impostos sobre bens de consumo para cumprir a meta de superávit fiscal
deste ano:
O aumento de
impostos sobre bens de consumo pode ser uma das armas do governo para
realizar o esforço fiscal prometido para 2014. É o que disse o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao GLOBO. Ele garantiu que a
realização da meta de superávit primário (economia para o pagamento de
juros da dívida pública) de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto
de bens e serviços produzidos no país) é um compromisso “irreversível” e
será entregue com aumento na arrecadação ou corte nas despesas.
O ministro disse:
Temos uma
previsão de aumento de alguns tributos. Foi o que aconteceu, por
exemplo, na tabela de bebidas (que serve como base de cálculo para o IPI
e o PIS/Cofins do setor de bebidas frias). [...] Haverá alteração no
PIS/Cofins sobre importação. Isso nada mais é do que equalizar o tributo
do bem importado ao do bem produzido no Brasil. O que também poderíamos
fazer é (alterar a) tributação sobre bens de consumo. O IPI dos carros,
que foi reduzido no passado, por exemplo, está sendo recomposto. Não há
uma decisão ainda, mas ele poderá subir agora em junho. É esse tipo de
medida.
Mantega afirma que o governo está
“trabalhando para reduzir os gastos” também, mas não é possível enxergar
isso em canto algum além da retórica. Não adianta: quem for realista
saberá que o PT no governo significará sempre mais impostos. Como se nós
brasileiros já não pagássemos muitos impostos, e quase tudo a fundo
perdido…
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