Presidente do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab foi vaiado ao ser anunciado durante convenção do PT em Brasília, neste sábado (21).
Em 2012, Kassab foi vaiado em uma festa de aniversário do PT, também em Brasília.
Kassab, que era do DEM, tem a antipatia de caciques petistas em São Paulo, que fizeram oposição ao seu governo durante sete anos, mas é aliado no campo federal do partido.
O PSD faz parte do ministério de Dilma com Guilherme Afif, que é titular da Micro e Pequena Empresa.
A convenção do PT vai homologar Dilma como a candidata oficial do partido à reeleição.
Além de Kassab, estão presentes outros dirigentes de partidos aliados, como Renato Rabelo (PCdoB), o governador Cid Gomes, do PROS, Valdir Raupp (PMDB), Eduardo Lopes (PRB), Manoel Dias (PDT).
Convenção nacional do PT
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Base racha e Haddad se desgasta na Câmara
Com a base de apoio descontente, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) tem colecionado desgaste e derrotas em projetos estratégicos na Câmara Municipal.
Num intervalo de seis meses, vereadores impuseram dificuldades ao petista em ao menos oito situações, que vão da aprovação do IPTU à do Plano Diretor -que define as diretrizes urbanísticas para a cidade nos próximos 16 anos.
O último revés foi na quarta (18), quando a bancada boicotou a votação do projeto que dava ao Executivo a possibilidade de decretar feriados em jogos do Brasil na Copa.
O fato irritou Haddad, que havia recebido a garantia da aprovação por petistas.
O prefeito, que começou sua gestão com apoio de 11 partidos e 40 dos 55 vereadores, enfrenta resistência por vários motivos, dizem parlamentares ouvidos pela Folha.
Há queixas sobre a falta de conversas, poder limitado de influência nas subprefeituras e descumprimento de promessas de secretários de Haddad para nomear aliados.
Um dos integrantes da base conta que, sob Gilberto Kassab (PSD), ex-secretários como Cláudio Lembo retornavam às ligações tarde da noite com tratamento respeitoso, de "senhor vereador".
O desgaste com Haddad foi acentuado neste mês após sua gestão enviar só 18 ingressos para a Câmara para a abertura da Copa -descontentes pelos que ficaram sem, os vereadores os devolveram.
"Não souberam atender a necessidade de o vereador ter um ingresso e participar da abertura", afirmou o vereador Adilson Amadeu (PTB).
O episódio está entre os que tiraram o foco da Casa para a segunda votação do Plano Diretor, principal preocupação de Haddad. A base petista queria aprová-lo antes da Copa, mas nem começou a discussão em
plenário.
O secretário de Relações Governamentais do petista, Paulo Frateschi, deve se reunir na terça (24) com as lideranças da Casa para tentar contornar a resistência.
Entre os descontentes há até petistas. Questionado, o líder do partido, Alfredinho (PT), afirma que "os 11 do PT têm votado alinhados".
O resultado do desgaste levou à perda de poder de Haddad na Câmara. Em abril, o vereador Milton Leite (DEM) derrotou Paulo Fiorilo (PT) para a presidência da Comissão de Finanças, estratégica para aprovar o Orçamento.
A derrota alimentou o medo da reedição do "centrão", que tinha Leite entre os membros. Criado em 2005, o bloco chegou a reunir 17 vereadores e deu trabalho a Kassab. Antigos membros do grupo ajudaram a
boicotar a tentativa de aprovar o feriado.
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