No ano passado, Joseph Blatter havia anunciado US$ 100 milhões em benfeitorias.
Legado
é uma palavra que incomoda o brasileiro desde os Jogos Panamericanos de
2007. Mais uma vez a Fifa anuncia que vai deixar um legado para o
futebol brasileiro após a Copa do Mundo.
O valor, por enquanto é bem
menor que os US$ 100 milhões (cerca de R$ 225 mi) anunciados por Joseph
Blatter no ano passado. Chega por enquanto a US$ 20 milhões (R$ 45 mi) e
com algo concreto: campos de futebol que serão inaugurados em Belém no
início do próximo mês ao lado do Mangueirão, numa área de 40 mil metros
quadrados.
“Esse é um valor inicial, que pode aumentar duas, três,
quatro, cinco, seis vezes, dependendo dos resultados da Copa do Mundo”,
justificou Thierry Resnass, responsável pelo projeto de desenvolvimento
da entidade.
Ao seu lado o presidente da CBF, José Maria Marín, agradecia o
investimento e tentava explicar o porquê de a sua entidade, que fatura
cerca de US$ 200 milhões (R$ 450 mi) por ano precisar de ajuda da Fifa
para investir no futebol de base, futebol feminino e outros temas
relacionados ao desenvolvimento do futebol no País. “Desde que chegamos à
CBF, nós fomentamos o futebol brasileiro através da séries C e D
totalmente subsidiadas com passagens, hotel, arbitragem, exames
antidoping e sete bolas”, se gabou o presidente...
Mas José Maria Marín foi além. “Fizemos uma sede nova, um museu, e
vamos ter ônibus da CBF para levar pessoas para conhecer a Granja
Comary, com chance até de almoçar lá”, disse orgulho com esse legado e
anunciando que em breve o campeonato Brasileiro vai ganhar um
patrocinador master. Ele disse ainda que é totalmente justificável a
CBF gastar quase R$ 80 milhões em sua sede nova. “Um País pentacampeão
mundial de futebol não pode não ter uma sede. Além do mais, investimos
também na Granja Comary”, disse.
Para a Fifa, a coisa no Brasil tem que ser bem diferente do que foi na
África do Sul, onde até agora pouco se viu de investimento na base do
futebol no País. “Nosso início na África do Sul foi um pouco lento, mas
já há dinheiro na conta bancária e temos que organizar o futebol
juvenil, disponibilizar estrutura necessária no país”, disse.
“No Brasil
estamos tentando ser mais eficientes e iniciar de forma mais imediata.
No dia 6 de julho já vamos inaugurar dois campos em Belém”, disse
Reguenass, afirmando que os primeiros investimentos vão ser em locais
onde não houve investimento direto por conta da Copa do Mundo.
Mas, o que fazer em lugares onde foram feitos estádios e que o mais
provável é que se tornem elefantes brancos, como Manaus, Cuiabá e
Brasília? Marín aposta na criatividade dos dirigentes. “Quando digo
criatividade, digo em vários sentidos. O São Paulo Futebol Clube não
utiliza o Morumbi apenas em futebol. Quando me refiro a criatividade, me
refiro a gerar receitas fora do futebol”, tentou explicar se dizendo
animado com o que vai acontecer no país depois da Copa.
”Há grandes
públicos até em partidas com menor expectativa. E desenvolvendo as
séries A, B, C e D, vamos melhorar acesso de torcedores nas arenas
construídas para a Copa”, sonha.
A Fifa promete ser rigorosa no controle dos gastos nesses projetos e já
anunciou que vai ser aberta uma conta específica para que os fundos
sejam depositados e gerenciados pelo Brasil, com auditoria, segundo
Thierry Reguenass constante por parte da Fifa e admitiu problemas em
programas anteriores (citou um caso no Caribe mas não especificou) onde o
dinheiro acabou sumindo.
“A Fifa não era uma organização com
experiência nesses projetos até 2008. Então, pode ter havido projetos
que não aconteceram como deveriam”, admitiu. Ele negou entretanto que,
na África, o dinheiro tenha sido usado por dirigentes para compra de
carros de luxo. “Os carros foram herdados da Copa do Mundo, afirmou.
Fonte: Revista Istoé / portal Terra - 19/06/2014 - - 12:10:34
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