Josias de Souza
O PSDB comprova: em política, a fidelidade é é uma qualidade facultativa. Candidato à reeleição, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, impõe ao correligionário Aécio Neves o convívio com um personagem traiçoeiro. Chama-se Edualdo. É primo de Lulécio e de Dilmasia.
Híbrido resultante da cruza estadual do PSB com o PSDB, Edualdo terá algo como 40 comitês eleitorais em São Paulo —28 em cidades do interior, 12 na capital. Nos próximos três meses e meio, ele pegará em lanças para convencer o eleitorado paulista a votar em Eduardo Campos para presidente e em Geraldo Alckmin para governador.
Feliz com o acerto que fará do deputado Márcio França, do PSB, o vice da chapa de Alckmin, Edualdo quer mais é que Aécio Neves se dane. Ele carrega a maldade como uma herança genética dos primos mineiros. Lulécio e Dilmasia também fizeram campanha em 2006 e 2010 se lixando para Geraldo Alckmin e José Serra, os presidenciáveis tucanos da época.
Bancado por prefeitos mineiros do PT e do PSDB, Lulécio queria manter Lula em Brasília e Aécio em Minas. Quatro anos depois, Dilmasia fez o diabo para eleger o tucano Antonio Anastasia governador de Minas e a petista Dilma Rousseff presidente da República. Foram muito bem sucedidos.
Aécio jura até hoje que ninguém molhou mais a camisa pelos paulistas Alckmin e Serra em Minas Gerais do que ele. Em 2014, Alckmin assegura que o tucanato de São Paulo dará a Aécio um tratamento digno daquele que é considerado “o mais paulista dos mineiros”.
Em tucanês, isso significa o seguinte: para garantir que Aécio tenha em São Paulo a mesma lealdade que ele teve em Minas, Alckmin não hesitará em lançar mão de todos os estratagemas necessários à obtenção dos subterfúgios.
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