sábado, 7 de junho de 2014

Militares querem votos em candidatos proprios

Quatro grupos de bombeiros e PMs se juntam para escolher os candidatos
 

daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br


A mobilização dos militares para conseguir representatividade continua. Nos próximos dias, quatro grupos de policiais e bombeiros se juntarão para tentar unir forças e votos em candidatos únicos para deputado distrital e deputado federal. 


Já surgiu a ideia de um “chapão” entre os policiais militares, que se filiariam em um partido, o PRTB, para juntar votos e conseguir pelo menos uma cadeira na Câmara dos Deputados. 


Mas a iniciativa ainda não foi confirmada nem mesmo pelo presidente regional do partido, o ex-senador Luiz Estevão. 

Agora, os bombeiros do Ideal Coletivo e do Bombeiros DF e os policiais da Rede Democrática e do Novo Ciclo Policial se juntarão na escolha de um candidato.

Insatisfação

Um dos motivos que fazem os grupos se unirem é a insatisfação com os deputados distritais que representam as categorias, Aylton Gomes (PR), por parte dos bombeiros, e Patrício (PT), policial militar. Os dois dividem opiniões entre as tropas e podem não ter o apoio que tiveram em outras eleições. Durante a crise da segurança pública, no começo do ano, os dois bem que tentaram se reaproximar das corporações, se unindo as movimentos, mas as intenções de substituir os dois continuam.


Pesa contra Aylton Gomes a condenação em segunda instância, que pode deixá-lo inelegível para as próximas eleições e, por isso, os bombeiros já tentam se antecipar à perda de um parlamentar. No caso de Patrício, o caminho seria a candidatura a deputado federal, o que deixaria a Câmara Legislativa sem nenhum distrital militar.

De acordo com o cabo do Corpo de Bombeiros  Élton Lima, integrante do Ideal Coletivo, os movimentos reúnem cerca entre 10 e 15 mil militares. 

Apesar de ser vista com bons olhos pelo o grupo, a eleição de um deputado distrital é secundária, já que a representatividade na Câmara dos Deputados seria estratégica. 

“Ter um deputado federal seria mais importante, porque nossas reivindicações, de salário, por exemplo, só podem ser resolvidas na esfera federal, já as verbas saem do Fundo Constitucional”, disse.


Entre os bombeiros, já foram publicadas no boletim interno da corporação os nomes dos 26 possíveis candidatos que pediram licença durante o período eleitoral. O PSDC é o partido com mais representação, 12 deles, e também há candidatos de PPS, PHS, PPL, PRB e PRTB.

Eles pensam nas futuras reivindicações

De acordo com um dos líderes do Novo Caminho Policial, que conta com 2 mil membros, o medo é ficar em posição secundária nas eleições de outubro. “A gente percebeu que se não unirmos esforços com outros grupos, não teremos vez. Ter essa representatividade é muito importante para que nós tenhamos nossas reivindicações atendidas”, disse, sem se identificar, por temer represálias.  


O deputado Patrício considera  normais as mobilizações para eleger candidatos e promete ajudar para que a PM e o Corpo de Bombeiros estejam representados. “Sempre, na história de todos os parlamentos, o candidato militar teve diminuição de votos de uma eleição para outra e comigo, não. Tive 4 mil votos a mais. Estou tranquilo para mostrar minhas conquistas para a PM, como a reforma dos quartéis”, afirmou.

Por meio de sua assessoria, o deputado Aylton Gomes afirma ser um “representante legítimo” dos bombeiros, por ter conseguido melhorias, como, exemplo o fim da faxina nos quartéis, que antes era de responsabilidade dos próprios militares, além da luta pela aprovação do projeto de reestruturação da carreira. O distrital garantiu que será candidato à reeleição, porque recorrerá ao Supremo Tribunal Federal contra a condenação.

Saiba mais

A intenção é fazer uma prévia entre todos os militares que se dispuserem a votar, para escolher quais serão os candidatos da PM e do Corpo de Bombeiros. 

A urna já foi até fabricada e os quatro grupos se reúnem amanhã para oficializar o objetivo em comum. 

A votação ainda não tem data para acontecer, mas o certo é que deve ocorrer a uma distância de 200 metros dos quartéis.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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