As máfias sindicais ficam cada vez mais
ousadas por aqui, cientes de que há um governo conivente ou, no mínimo,
negligente com tais abusos. Alguns sindicalistas invadiram e depredaram
instalações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), com práticas que
lembram aquelas do MST. Um grupelho se julga no direito de prejudicar a
vida de várias pessoas inocentes com suas demandas políticas.
Seguem abaixo trechos de dois comunicados
oficiais internos da entidade, que recebi de um funcionário indignado –
com toda razão:
Título: 5/06 – Comunicado da Direção-Geral sobre invasão no Hospital do Câncer III
O INCA informa que cerca de oito
representantes do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde,
Previdência e Assistência Social no Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ)
ocupam, desde ontem (4/6), a sala da Direção de uma das unidades
hospitalares do Instituto, o Hospital do Câncer III, em Vila Isabel. A
ação prejudica a prestação dos serviços aos pacientes e causa
a obstrução do local de trabalho da Direção do HC III.
Servidores da unidade, de maneira
espontânea, circulam um abaixo-assinado para que a sala seja desocupada e
os trabalhos retornem à normalidade.
A Direção-Geral do INCA informa que
medidas administrativas e legais foram tomadas para garantir o pleno
funcionamento de suas unidades. O Ministério Público e a Advocacia-Geral
da União já foram oficialmente comunicados.
Assim, o INCA espera as orientações e
providências. O Instituto ratifica que os servidores do HC III e de
todas as unidades estão comprometidos em manter o atendimento e a
prestação de serviços aos pacientes oncológicos.
O INCA, a sua Direção e força de trabalho
reafirmam o compromisso de atender à população com universalidade,
equidade e integralidade, princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). É
importante ressaltar que o Instituto é uma instituição pública, com
atendimento gratuito, 100% SUS. E assim continuará sendo.
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Título: 6/06 – INCA e servidores se unem contra o assédio sindical dentro do Instituto
Na última semana, instalações e
dependências das unidades do INCA foram invadidas, armários foram
violados, quadros institucionais danificados e documentos do Instituto e
pertences de servidores remexidos.
Esses foram alguns dos
resultados de pretenso movimento paredista, organizado por um pequeno
grupo de servidores ligados ao Sindsprev-RJ. O estardalhaço tem sido a
estratégia usada para chamar a atenção da população, já que a tentativa
de greve não tem adesão dos servidores do Instituto.
Houve perturbação da ordem do
hospital e abordagens de pacientes – que já se encontram física e
psicologicamente fragilizados – com discursos catastróficos.
Fora isso, na quarta-feira (04), ocorreu a invasão de sala de uma das
unidades do Instituto (HC III), o que prejudica as rotinas de trabalho
administrativa e assistencial da unidade e, consequentemente, interfere
no atendimento aos pacientes.
Servidores públicos no exercício
de sua função foram desrespeitados, e essa é uma das razões que levou
muitos deles a mobilizarem-se: redigem abaixo-assinados, que já contam
com inúmeras assinaturas de apoio ao INCA e a preservação do
funcionamento da Instituição, afirmando que não fazem parte do movimento
e não estão de acordo com o caos instalado no local de trabalho. A
Direção do INCA agradece o empenho e compromisso da maioria
dos servidores.
O INCA sempre foi uma referência na
assistência, ensino e pesquisa em oncologia e órgão auxiliar do
Ministério da Saúde (MS) em Políticas Públicas para Prevenção e Controle
do Câncer. O que o movimento do Sindsprev-RJ faz dentro das
instalações do INCA, ao assediar servidores e pacientes de uma
instituição pública com mais de 70 anos de serviços ao País, é mais do
que um desrespeito aos seus trabalhadores: é um desrespeito aos
brasileiros que pagam impostos e financiam a saúde pública.
A Direção do INCA lembra que já comunicou
os abusos ao Ministério Público Federal e à Advocacia-Geral da União
(AGU). A AGU, aliás, já informara, desde o final de maio, que “o
movimento contrariava decisões judiciais e trazia risco à comunidade por
deixar de prestar serviços indispensáveis”.
Há uma decisão judicial determinando que
serviços essenciais em saúde não podem parar e uma portaria do MS
esclarecendo que os serviços de atendimento oncológico são todos
essenciais.
A Direção do INCA reafirma que segue
comprometida em não deixar que os serviços da instituição sejam
comprometidos, ratifica que a sua prioridade é atender à população com
universalidade, equidade e integralidade, princípios do Sistema Único de
Saúde (SUS).
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