sábado, 7 de junho de 2014

Sindicalistas ocupam e depredam instalações do INCA






As máfias sindicais ficam cada vez mais ousadas por aqui, cientes de que há um governo conivente ou, no mínimo, negligente com tais abusos. Alguns sindicalistas invadiram e depredaram instalações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), com práticas que lembram aquelas do MST. Um grupelho se julga no direito de prejudicar a vida de várias pessoas inocentes com suas demandas políticas.

Seguem abaixo trechos de dois comunicados oficiais internos da entidade, que recebi de um funcionário indignado – com toda razão:

Título: 5/06 – Comunicado da Direção-Geral sobre invasão no Hospital do Câncer III
O INCA informa que cerca de oito representantes do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Previdência e Assistência Social no Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ) ocupam, desde ontem (4/6), a sala da Direção de uma das unidades hospitalares do Instituto, o Hospital do Câncer III, em Vila Isabel. A ação prejudica a prestação dos serviços aos pacientes e causa a obstrução do local de trabalho da Direção do HC III.

Servidores da unidade, de maneira espontânea, circulam um abaixo-assinado para que a sala seja desocupada e os trabalhos retornem à normalidade.

A Direção-Geral do INCA informa que medidas administrativas e legais foram tomadas para garantir o pleno funcionamento de suas unidades. O Ministério Público e a Advocacia-Geral da União já foram oficialmente comunicados.

Assim, o INCA espera as orientações e providências. O Instituto ratifica que os servidores do HC III e de todas as unidades estão comprometidos em manter o atendimento e a prestação de serviços aos pacientes oncológicos.

O INCA, a sua Direção e força de trabalho reafirmam o compromisso de atender à população com universalidade, equidade e integralidade, princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). É importante ressaltar que o Instituto é uma instituição pública, com atendimento gratuito, 100% SUS. E assim continuará sendo.
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Título: 6/06 – INCA e servidores se unem contra o assédio sindical dentro do Instituto
Na última semana, instalações e dependências das unidades do INCA foram invadidas, armários foram violados, quadros institucionais danificados e documentos do Instituto e pertences de servidores remexidos. 

Esses foram alguns dos resultados de pretenso movimento paredista, organizado por um pequeno grupo de servidores ligados ao Sindsprev-RJ. O estardalhaço tem sido a estratégia usada para chamar a atenção da população, já que a tentativa de greve não tem adesão dos servidores do Instituto.

Houve perturbação da ordem do hospital e abordagens de pacientes – que já se encontram física e psicologicamente fragilizados – com discursos catastróficos. Fora isso, na quarta-feira (04), ocorreu a invasão de sala de uma das unidades do Instituto (HC III), o que prejudica as rotinas de trabalho administrativa e assistencial da unidade e, consequentemente, interfere no atendimento aos pacientes.

Servidores públicos no exercício de sua função foram desrespeitados, e essa é uma das razões que levou muitos deles a mobilizarem-se: redigem abaixo-assinados, que já contam com inúmeras assinaturas de apoio ao INCA e a preservação do funcionamento da Instituição, afirmando que não fazem parte do movimento e não estão de acordo com o caos instalado no local de trabalho. A Direção do INCA agradece o empenho e compromisso da maioria dos servidores.


O INCA sempre foi uma referência na assistência, ensino e pesquisa em oncologia e órgão auxiliar do Ministério da Saúde (MS) em Políticas Públicas para Prevenção e Controle do Câncer. O que o movimento do Sindsprev-RJ  faz dentro das instalações do INCA, ao assediar servidores e pacientes de uma instituição pública com mais de 70 anos de serviços ao País, é mais do que um desrespeito aos seus trabalhadores: é um desrespeito aos brasileiros que pagam impostos e financiam a saúde pública.

A Direção do INCA lembra que já comunicou os abusos ao Ministério Público Federal e à Advocacia-Geral da União (AGU). A AGU, aliás, já informara, desde o final de maio, que “o movimento contrariava decisões judiciais e trazia risco à comunidade por deixar de prestar serviços indispensáveis”.

Há uma decisão judicial determinando que serviços essenciais em saúde não podem parar e uma portaria do MS esclarecendo que os serviços de atendimento oncológico são todos essenciais.

A Direção do INCA reafirma que segue comprometida em não deixar que os serviços da instituição sejam comprometidos, ratifica que a sua prioridade é atender à população com universalidade, equidade e integralidade, princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).

Rodrigo Constantino

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