quinta-feira, 3 de julho de 2014

Juiz envia ao STF indícios de suposta relação de Collor com doleiro Youssef

03/07/2014 19h04 - Atualizado em 03/07/2014 19h13


Boletos com depósitos para Collor estavam em escritório do doleiro preso. 


Como senador tem foro privilegiado, só STF pode analisar documentos.

 Do G1, em Brasília
 
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, enviou nesta quinta-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos colhidos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que indicam possível envolvimento do senador Fernando Collor (PTB-AL) com o doleiro Alberto Youssef. O parlamentar nega ter relações com o doleiro (leia ao final desta reportagem).

Os dados foram remetidos ao gabinete do ministro Teori Zavascki, relator de ações penais e inquéritos provenientes da operação da PF, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro chefiado por Youssef que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.

Como na condição de senador Collor possui foro privilegiado, somente o Supremo Tribunal Federal (STF) pode analisar as provas e eventualmente abrir inquérito específico para apurar eventual cometimento de crimes.

Em maio, Sergio Moro já havia enviado ofício ao ministro Teori Zavascki, do Supremo, informando sobre a apreensão, pela Polícia Federal, de oito comprovantes de depósitos bancários no escritório de Youssef que tiveram Fernando Collor como beneficiário.

No ofício enviado na ocasião, o magistrado ressalvou que não havia “qualquer indício do envolvimento do referido parlamentar nos crimes"  referentes à Operação Lava Jato.

Collor nega
Quando surgiram as notícias de suposto envolvimento de Collor com Youssef, o senador fez um pronunciamento na tribuna do Senado para negar qualquer relação com o doleiro.


“Quanto ao Youssef, posso afirmar de modo categórico, que não o conheço e jamais mantive com ele qualquer relacionamento de ordem pessoal e política”, declarou Collor, em maio.

Além do senador, outros três parlamentares são citados nas investigações da Polícia Federal como tendo algum envolvimento com Yousseff – os deputados André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SD-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Processos por quebra de decoro parlamentar foram abertos para investigar os casos de Vargas e Argôlo no Conselho de Ética da Câmara. As investigações no Legislativo podem resultar em absolvição, advertência, suspensão ou cassação de mandato

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