Atualizado em 2 de julho, 2014 - 14:33 (Brasília) 17:33 GMT
Um relatório divulgado nesta
quarta-feira pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), que reúne 34 dos países mais industrializados do mundo,
afirma que o Brasil não conseguirá atingir o nível de renda média dos
países desenvolvidos até 2050 caso sejam mantidas as taxas de
crescimento atuais.
Assim como o Brasil, ficaram para trás o México, Colômbia e a África do Sul, entre outros.
"Muitos dos países que esperávamos que se aproximariam das economias avançadas até a metade do século não vão conseguir com as taxas de crescimento de hoje", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.
'Armadilha'
O documento Perspectivas sobre o Desenvolvimento Mundial 2014 afirma que, nas próximas décadas, as economias em desenvolvimento continuarão a crescer mais rapidamente do que as de países mais avançados.A participação de países que não fazem parte da OCDE no PIB mundial superou a de países da organização em 2010.
O relatório destaca que a desaceleração nas taxas de crescimento de economias mais maduras é "natural", mas afirma que isto se tornou um desafio para o desenvolvimento dos países.
"Aumentar a produtividade poderia ajudar a reforçar o crescimento e reduzir a diferença nos padrões de vida em relação às economias avançadas mais rapidamente", afirmou Gurría.
A produtividade do trabalho na maioria dos países emergentes é inferior à metade da dos países desenvolvidos, segundo o estudo.
Brasil
No Brasil, houve uma queda no nível de produtividade total dos fatores – ou seja, o quanto a economia produz com a mesma quantidade de capital e horas trabalhadas— entre 2000 e 2008, na comparação com países desenvolvidos, de acordo com a OCDE.O mesmo aconteceu no México e na Turquia.
China e Índia apresentaram crescimento nos índices de produtividade de máquinas e trabalhadores.
A OCDE analisou diversos fatores que afetam a produtividade dos países.
No caso brasileiro, são citados resultados ruins que o país tem no Pisa (exame internacional que afere o nível de educação) e os investimentos, que são menores do que os feitos em alguns países da Ásia.
O relatório aborda também pontos em que o país conseguiu avançar mais do que outras economias emergentes, como o aumento dos índices de emprego, a diminuição da desigualdade social e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Para aumentar a produtividade nos países em desenvolvimento, os especialistas sugerem diversificação em áreas de maior valor agregado, como agricultura, indústria e serviços, assim como reformas econômicas e investimentos em inovação.
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