A extrema-esquerda, quando se presta a avaliar a direita, parte para o delírio absoluto, na melhor das hipóteses. Em outra hipótese, é canalhice deliberada mesmo.
O texto “A bizarrice intelectual dos discursos anticomunistas”, de Juremir Machado, contém tantas, mas tantas fraudes intelectuais que fiquei animado logo de cara para mais uma sessão de desmascaramento.
Sem mais delongas, vamos começar a diversão:
[As redes sociais] têm servido para os embates ideológicos deslocados no tempo: comunistas versus capitalistas. Anticomunistas atacam seus supostos adversários como se estivéssemos nos anos 1950 ou 1960 à beira de revoluções marxistas. É a chamada retórica macarthista dos comandos de caça aos comunistas e das famílias com Deus pela liberdade.
É incrível como ele consegue errar em absolutamente tudo. (Estou sendo bonzinho, pois para cada linha escrita por essa gente, ou temos “erro” ou fraude intelectual mesmo)
Primeiro: grande parte da direita já ataca os esquerdistas em geral, e, principalmente, os socialistas. E são os próprios “comunistas” que definem o comunismo como “apenas o fim do socialismo”. Logo, atacar socialistas é a mesma coisa que atacar “comunistas”. Isso baseado no que eles próprios dizem.
Segundo: ele diz que acharmos estar “à beira de revoluções marxistas” é coisa do passado. É apenas uma técnica de fraudador torcendo para que suas potenciais vítimas não se previnam de suas fraudes. Difícil alguém descer tão baixo quanto ele. Na verdade, temos hoje em dia vários países da América Latina com o socialismo (não o comunismo, que jamais foi feito para ser implementado) indo de vento em popa, como Venezuela, Argentina e outros. Logo, alguns paises não estão “à beira de revoluções marxistas”. Já estão em pleno socialismo…
Terceiro: criticar o socialismo (ou comunismo prometido, o que dá no mesmo) não tem absolutamente nada de macarthismo. A retórica macarthista era focada em medo de espionagem por parte da KGB. Hoje em dia, a direita se preocupa com quaisquer pessoas que se beneficiam desonestamente com o estado inchado… em qualquer país que seja. E, para constranger ainda mais o tal Juremir, os patrulhadores políticos estão no governo. Assim como MacCarthy estava.
Quarto: ele inventa um adversário imaginário em clara falácia do espantalho, pois a tal Marcha pela Família com Deus pela Liberdade não mobilizou quase ninguém da direita. Aliás, hoje em dia a direita se divide em conservadores, liberais e libertários. Os esquerdistas é que são os reacionários do momento. Nós somos os subversivos.
Agora veremos um momento ímpar, onde Juremir diz que não há contradição alguma entre Chico Buarque ser milionário e defender o comunismo. Segundo ele, uma opinião lúcida contra a demonstração da hipocrisia de Chico é a seguinte:
Porque Chico ganhou seu dinheiro trabalhando, vive no capitalismo e não acredita que uma atitude individual, isolada, seja uma solução.
Ele apresentou apenas uma racionalização para justificar a hipocrisia de Chico. Um discurso digno de vergonha alheia.
Eis os fatos: se todos os esquerdistas caviar criarem grupos comunais, conforme os socialistas fingem acreditar, a necessidade de inchaço estatal seria muito, mas muito menor. E a cereja do bolo: Juremir fala que se Chico redistribuísse sua fortuna, isso constituiria uma atitude isolada.
Ora, então ele está nos dizendo que não apenas Chico, como todos os esquerdistas caviar são hipócritas, pois nenhum deles vai fazer a redistribuição do que tem.
Parece que sagacidade não é o forte de Juremir…
Outra brilhante argumentação dele é dizer que a direita está errada em criticar o fato de Lula não ir ao SUS. Diz Juremir:
E se for um progresso, mas obviamente não o ideal, enquanto se espera que um dia, no sistema capitalista mesmo, todos tenham direito ao mesmo tratamento? E se a melhoria do capitalismo passar por essa dupla articulação antagônica e complementar: iniciativas individuais e políticas públicas de ampliação dos interesses de todos.
A crítica ao investimento do governo no SUS é de todos que não são petistas, e não apenas da direita. Não é preciso ser anti-socialista (que o figurinha confunde com anti-comunismo) para criticar o SUS e mostrar que o sistema é tão ruim que jamais Lula iria ser atendido por lá. Essa é apenas uma constatação dos fatos.
Alias, o sistema está cada vez pior, tanto que foi preciso contratar médicos cubanos, que se submetem a trabalhar em condições indignas.
Os países escandinavos têm dado exemplos marcantes das possibilidades de êxito dessa estratégia [misturar iniciativas individuais e políticas públicas].
Eles não se cansam mesmo deste truque de fingir que o socialismo melhorou a Escandinávia. Conforme já demonstrado aqui, o socialismo não fez nada em prol de qualquer país escandinavo. Apelar a esse truque é sintoma de falta de caráter…
[Pedir que os esquerdistas doem parte de seu patrimônio individual] faz parte de uma ideologia esperta: parem de querer cobrar impostos, desconcentrar renda, distribuir riqueza, criar uma sociedade mais equilibrada e diminuir desigualdades. Cada um que se vire.
Não tem como ele fugir de uma confissão automática: ele não aceita qualquer outra forma de redistribuição de renda que não seja a partir do inchaço estatal.
Por isso, ele rejeita tanto que os esquerdistas ricos (muitos deles à custa do inchaço estatal, que ele promove com tanto fervor) façam qualquer forma de redistribuição. Mas no fundo ele sabe que tudo não passa de engana-trouxas. Os seus líderes enriquecem e o socialismo é feito com o único intuito de enriquecê-los.
Ou seja, os impostos excessivos são feitos para concentrar renda nas mãos dos líderes socialistas, que, em contrapartida, evitarão que o livre mercado torne a vida dos mais pobres melhor. Esse é o nível moral monstruoso de figuras deste naipe.
O anticomunismo tem cheiro de naftalina. Vive a perseguir fantasmas. Coisa de cachorro louco. Ou de psicopatas. Salvo se for apenas indigência intelectual. No popular, burrice.
Mas é uma pena para Juremir que o cheiro de naftalina exala mesmo é de um texto baseado em uma visão da direita que existia há uns 50 anos. No máximo. (Salvo algumas exceções, justiça seja feita, mas que nem de longe representam a direita)
Não perseguimos fantasmas, mas denunciamos fatos do mundo real, como a barbárie venezuelana ou o patético calote que a Argentina está prestes a dar em seus credores internacionais. Esses são fatos. Ser de direita é demonstrar o quanto esquerdistas como Juremir são corresponsáveis por situações assim.
Não estamos “perseguindo comunistas”, mas denunciando pessoas intelectualmente desonestas que só conseguem um único tipo de resultado (beneficiar líderes socialistas, que vivem do aparato estatal). Não nos interessa se Juremir é comunista, socialista, nacional-socialista, bolivariano, adepto do socialismo fabiano, do capitalismo de estado ou de qualquer embuste do tipo que ele quiser usar.
Melhor ainda: nós, da nova direita, estamos prontos para refutar quaisquer trucagens para inchar o estado e criar totalitarismos que tenham sido inventadas tanto nos primórdios marxistas como recentemente, ou que forem inventadas a partir de agora. Não há nada mais atual do que isso.
Alias, se for para criticar textos anti-comunistas, talvez o melhor dessa linhagem tenha sido escrito por Juremir: “Cuba, o Inferno no Paraíso”. Em nenhum país latino-americano, o esquerdismo deu tão certo, tanto que podemos afirmar que lá existe o socialismo pleno (que, segundo os marxistas, é o “estágio de transição para o comunismo” – segurem as risadas).
Enquanto isso, Juremir tem que se contentar com países bolivarianos.
É, Juremir, melhor arrumar um discurso melhor para a próxima. Com isso, só ficou demonstrado que mais um radical de esquerda, fanático por inchaço estatal, mentiu feito um psicopata (ou burro, nas próprias palavras dele) para defender aquilo que não tem defesa.
E, de novo, não me interessa que tipo de esquerdista ele é. Mas que ele tem um cinismo típico de marxista, quanto a isso não há dúvida alguma. Mas precipitado como ele é, foi possível mostrar que a verdade e Juremir são inimigos mortais. Ou seja, não precisamos “perseguir comunistas”.
Basta desmascararmos quaisquer tipo de esquerdistas que agem de forma tão mitômana e cínica como os mais legítimos marxistas.
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