Agência Brasil
Publicação: 03/07/2014 12:26 Correio Braziliense
Após caminhar mais de
500 quilômetros (km), partindo da cidade de Assis no dia 8 de junho,
cerca de 300 sem-terra, da Frente Nacional de Luta (FNL), chegaram nesta
quinta-feira (3/7) à capital paulista. Na chegada, no Largo da Batata,
zona oeste paulistana, eles foram acolhidos por cerca de 200
integrantes, segundo estimativa da Polícia Militar, do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST). O grupo saiu em caminhada por volta das
11h30 para o escritório da Presidência da República, na Avenida
Paulista, onde vai protocolar um pedido de audiência com a presidente
Dilma Rousseff e entregar a pauta de reivindicações.
Os sem-terra avaliam que pelo menos mil pessoas participam do ato. Além dos sem-teto, outros movimentos sociais e categorias de trabalhadores, como os metroviários e estudantes da Universidade de São Paulo, estão na marcha. “Eles lutam pela terra no campo e nós pela terra na cidade. Nossas lutas se aproximam. Além disso, queremos saúde, educação, transporte público, por isso estamos aqui em solidariedade, mas também porque a luta é nossa”, explicou Simone Teles, uma das coordenadoras do MTST. Ela explica que o movimento não deve apresentar pautas específicas no escritório da Presidência.
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De acordo com José Rainha, dirigente da FNL, o apoio à agricultura familiar e o enfrentamento do latifúndio improdutivo são os principais pontos de reivindicação. “Em parte da pauta, fomos atendidos, que são áreas de desapropriação aqui [São Paulo] e no Nordeste. Agora, essas outras questões são políticas de governo e queremos discutir”. Ele avalia que esses pontos devem ser enfrentados pelo governo e não mediados. “O governo está muito técnico e isso tem emperrado os processos nos gabinetes. Há muitas áreas passíveis de reforma agrária, mas não avança”, disse. Segundo a frente, há no Brasil mais de 180 milhões de hectares de terras improdutivas.
Rouco, em consequência do frio e do calor que enfrentou na longa caminhada de quase um mês, o lavrador Valdeci Camargo, 40 anos, diz que está cansado, mas acredita que a mobilização dos trabalhadores sem terra pode mudar a condição de vida que ele tem hoje. Morador do município paulista de Iepê, a cerca de 500 km da capital paulista, ele participa da FNL há cinco anos e espera um pedaço de terra para produzir o próprio sustento. “Trabalho no campo e é uma lida difícil. Na fazenda em que trabalho, a gente faz de tudo, planta, cuida de gado”, relatou. Por dia, o grupo caminhava de 15 a 25 km, fazendo as refeições na própria estrada e passando a noite em cidades no percurso.
A lavradora Jucilene Meriles, 38 anos, também de Iepê, comemora o fato de ter sido assentada em fevereiro deste ano, mas ainda aguarda o loteamento para iniciar o plantio. “Por enquanto, é só consumo próprio”, contou. O assentado Luciano Lima, 36 anos, destaca que, mesmo tendo conseguido o lote há sete anos, continua na luta pela reforma agrária, pois é preciso reivindicar políticas de assistência técnica e de crédito para os pequenos agricultores. “Não é só dar a terra, é preciso apoiar para que os trabalhadores possam produzir cada vez melhor”, lembrou.
Os sem-terra avaliam que pelo menos mil pessoas participam do ato. Além dos sem-teto, outros movimentos sociais e categorias de trabalhadores, como os metroviários e estudantes da Universidade de São Paulo, estão na marcha. “Eles lutam pela terra no campo e nós pela terra na cidade. Nossas lutas se aproximam. Além disso, queremos saúde, educação, transporte público, por isso estamos aqui em solidariedade, mas também porque a luta é nossa”, explicou Simone Teles, uma das coordenadoras do MTST. Ela explica que o movimento não deve apresentar pautas específicas no escritório da Presidência.
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De acordo com José Rainha, dirigente da FNL, o apoio à agricultura familiar e o enfrentamento do latifúndio improdutivo são os principais pontos de reivindicação. “Em parte da pauta, fomos atendidos, que são áreas de desapropriação aqui [São Paulo] e no Nordeste. Agora, essas outras questões são políticas de governo e queremos discutir”. Ele avalia que esses pontos devem ser enfrentados pelo governo e não mediados. “O governo está muito técnico e isso tem emperrado os processos nos gabinetes. Há muitas áreas passíveis de reforma agrária, mas não avança”, disse. Segundo a frente, há no Brasil mais de 180 milhões de hectares de terras improdutivas.
Rouco, em consequência do frio e do calor que enfrentou na longa caminhada de quase um mês, o lavrador Valdeci Camargo, 40 anos, diz que está cansado, mas acredita que a mobilização dos trabalhadores sem terra pode mudar a condição de vida que ele tem hoje. Morador do município paulista de Iepê, a cerca de 500 km da capital paulista, ele participa da FNL há cinco anos e espera um pedaço de terra para produzir o próprio sustento. “Trabalho no campo e é uma lida difícil. Na fazenda em que trabalho, a gente faz de tudo, planta, cuida de gado”, relatou. Por dia, o grupo caminhava de 15 a 25 km, fazendo as refeições na própria estrada e passando a noite em cidades no percurso.
A lavradora Jucilene Meriles, 38 anos, também de Iepê, comemora o fato de ter sido assentada em fevereiro deste ano, mas ainda aguarda o loteamento para iniciar o plantio. “Por enquanto, é só consumo próprio”, contou. O assentado Luciano Lima, 36 anos, destaca que, mesmo tendo conseguido o lote há sete anos, continua na luta pela reforma agrária, pois é preciso reivindicar políticas de assistência técnica e de crédito para os pequenos agricultores. “Não é só dar a terra, é preciso apoiar para que os trabalhadores possam produzir cada vez melhor”, lembrou.
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