Na VEJA.com:
A Justiça do Rio de Janeiro aceitou na
noite desta sexta-feira denúncia do Ministério Público contra 23
ativistas acusados de formação de quadrilha armada e decretou sua prisão
preventiva. Cinco dos réus integram o grupo de black blocs que tiveram a
prisão temporária decretada no último sábado, véspera da final da Copa
do Mundo, durante a Operação Firewall, e que foram beneficiados por
habeas corpus durante esta semana. Segundo o Tribunal de Justiça, os
mandados de prisão já foram expedidos.
Entre os
acusados estão Elisa Quadros, a Sininho, apontada como líder do grupo,
que está no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no subúrbio do
Rio, e teve a prisão temporária convertida em preventiva, assim como
Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D’Icarahy. Os outros
dois ativistas que permaneciam detidos, Tiago Teixeira Neves da Rocha e
Eduarda Oliveira Castro de Souza, não foram incluídos na denúncia e
serão soltos. Segundo a promotoria, não existem provas consistentes
contra eles.
Em nota
divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio, o juiz Flávio Itabaiana de
Oliveira Nicolau atribui a decisão à periculosidade dos acusados,
“evidenciada por terem forte atuação na organização e prática de atos de
violência nas manifestações populares”.
“Em liberdade, certamente
encontrarão os mesmos estímulos para a prática de atos da mesma
natureza. Assim, como a periculosidade dos acusados põe em risco a ordem
pública, deve-se proteger, por conseguinte, o meio social”, justifica o
magistrado.
Entre os
23 acusados, estão manifestantes envolvidos em diversos atos de
vandalismo no Estado do Rio de Janeiro.
Para o promotor Luís Otávio
Figueira Lopes, da 26ª Promotoria de Investigação Penal, desde os
protestos de junho de 2013 até hoje, os denunciados se associaram com a
finalidade de praticar nas manifestações crimes como: posse de artefato
explosivo, corrupção de menor, dano básico e qualificado, resistência e
lesão corporal (consumada e tentada).
De acordo
com a denúncia, a associação criminosa (formação de quadrilha armada)
recorreu a facas, explosivos, coquetéis molotov, estilingues, rojões
alterados para disparar pregos e porretes, entre outras armas. Para o
Ministério Público, os atos violentos são incentivados por lideranças e
praticados por indivíduos que adotam a tática black bloc.
Morte do cinegrafista
Os dois acusados pela morte do
cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão no dia 6 de
fevereiro deste ano, Fabio Raposo e Caio Silva Rangel, também foram
denunciados. Os dois permanecem presos em Bangu pelo crime de homicídio.
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