Na capital federal, uma iniciativa busca fazer a sua parte para ajudar a quem mais precisa, atuando em um ponto estratégico: o combate ao desperdício
raphael.costa@jornaldebrasilia.com.br
O direito à alimentação está presente na Constituição, mas a fome ainda é uma realidade para muitos brasileiros. Na capital federal, uma iniciativa busca fazer a sua parte para ajudar a quem mais precisa, atuando em um ponto estratégico: o combate ao desperdício.
Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), feito em 2007, 12 milhões de pessoas passam fome no Brasil.
Naquele mesmo ano, foi fundada a entidade Amigos do Peito Verde, que mais tarde passou a se chamar Instituto de Pesquisa e Estudos Aplicados à Sociedade, o Ipeas Brasil.
Entre tantos projetos, surgiu o programa Alimenta Brasil.
Segundo pesquisa da Embrapa, as 39 mil toneladas de alimentos desperdiçadas por dia são o suficiente para alimentar 19 milhões de pessoas.
Com esse dado em mãos e uma motivação para combater a fome, o Ipeas Brasil fechou parceria com a rede de supermercados do Grupo Pão de Açúcar, que fornece vegetais que não serão mais comercializados, mas ainda estão em ótimas condições para consumo.
O presidente da instituição, Carlos Valim, explica como é feito o trabalho: “Nós chegamos pela manhã ao supermercado e fazemos a separação dos alimentos que perderam seu espaço nas gôndolas devido à chegada de uma nova remessa, mas permanecem em bom estado para o consumo”.
Depois, os alimentos são levados ao centro de distribuição, em Taguatinga, de onde partem para os beneficiados pela iniciativa.
Capacitação
O Ipeas Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Pública (Oscip). “Nossa equipe é formada por pessoas extremamente capacitadas. São mestres, doutores, pós-graduados”, conta Valim.
A instituição atende a Organizações Não Governamentais (ONGs). “São instituições que têm grande dificuldade em garantir um atendimento pleno aos que os procuram”, completa.
As entidades atendem crianças, idosos, gestantes e pessoas com deficiência nas regiões de Taguatinga Norte, Ceilândia e Estrutural.
Unidos em busca de um único objetivo
Entre a série de beneficiados pelo Alimenta Brasil está a comunidade Santos Inocentes. Segundo o coordenador Ari Dias, 37 anos, a inclusão no programa tem contribuído para o andamento do trabalho. “Antes do Alimenta Brasil, nós dependíamos de doações e de compras. Hoje, podemos garantir cinco refeições, sempre muito diversificadas e nutritivas “, contou.
A luta pelo combate à fome tem sido a motivação dos participantes do projeto. É o que explica a empresária Marcia Miquelino. De acordo com ela, foi a partir de uma dificuldade na logística na distribuição de alimentos, que a necessidade de fazer parte do projeto se tornou uma realidade.
“Eles precisavam de um ponto para armazenar os alimentos e fazer a distribuição. Por isso, decidi ceder minha residência para ajudar. Faço parte da equipe até hoje. É muito gratificante integrar um projeto como esse”, diz.
Outras programas
Além do combate à fome, o Ipeas Brasil tem como objetivo criar centros de processamento para captar, separar e distribuir alimentos e encaminhar a instituições e comunidades. “Vamos gerar empregos e criar um maior comprometimento do profissional”, enfatiza o o presidente Carlos Valim.
Serviço
Apesar do bom funcionamento do projeto, o Ipeas Brasil necessita de mais pessoas que integrem o corpo do projeto, assim como precisa de doações para questões de logística, por exemplo.
Para mais informações sobre os projetos do Instituto de Pesquisa e Estudos Aplicados à Sociedade, acesse www.ipeasbrasil.org.br, ou ligue para 3039-2882.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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